Parking News

Jorge Hori*

Os jogos na Copa do Mundo de 2014 que deverão ocorrer no Brasil são megaeventos, para os quais será necessário organizar, adequadamente, o acesso e estacionamento dos veículos.
Em poucos casos, os estádios brasileiros têm nas proximidades a quantidade de estacionamentos requeridos pelo manual da FIFA, em torno de 15% da capacidade de lugares pagos. Para um estádio de 60.000 lugares a FIFA prevê a necessidade de 10.000 vagas, além de estacionamento para 500 ônibus.
Esse volume deveria estar nas cercanias, até 1,5 km, pressupondo que os motoristas que não conseguirem estacionamentos próximos deixem o carro no estacionamento mais distante e sigam a pé.
O modelo mais adequado, no entanto, não é esse, mas o já praticado, com sucesso, pela cidade de São Paulo para a corrida de Fórmula 1.
No dia da corrida não é permitido o acesso de automóveis ao entorno do autódromo, exceção feita aos moradores, que recebem autorização especial, e são organizados bolsões de estacionamento num raio aproximado de 5 km. O acesso é feito por ônibus e vans. A evacuação total ocorre em menos de duas horas.
A CET teria tido problemas com a CBF na organização e gerenciamento do tráfego no jogo Brasil x Uruguai no Morumbi, o que elevou a evacuação total para mais de três horas e seria uma das razões para a CBF não realizar um novo jogo da seleção brasileira em São Paulo. O que se comenta é que a CBF não aceita a cobrança que a CET faz para esse tipo de operação.
A cidade de São Paulo terá uma oportunidade para aplicar e demonstrar a adequação desse modelo, para a aceitação pela CBF e pela FIFA ainda este ano, com os shows da Madonna, previstos para o Morumbi.
O show em São Paulo está marcado para o dia 18 de dezembro, uma quinta-feira, com início às 20 horas. Irá concorrer, no horário de pico, com todo o tráfego que se desloca em direção ao Jardim Sul, Campo Limpo etc., pelo eixo da Avenida Giovanni Gronchi, ao Taboão da Serra e regiões subseqüentes pelo corredor Rebouças, Eusébio Matoso, Francisco Morato, com a alternativa paralela pela Avenida Eliseu de Almeida, e ainda o tráfego (nos dois sentidos) pela Avenida Morumbi.
Serão cerca de 80.000 pessoas, podendo se estimar cerca de 12.000 veículos, em busca de uma vaga. O metrô ainda não estará pronto.
Um show extra está previsto para o dia 20, um sábado, quando não estará concorrendo com o pico da noite.
Se bem-sucedida, a cidade poderá defender esse modelo para a Copa 2014, inclusive para outras capitais. Se tiver problemas, terá de se ajustar às condições previstas pela FIFA e planejar a implantação das vagas no entorno de 1,5 km.
O problema maior é a sustentação do estacionamento pós-Copa. A idéia do São Paulo F.C. de construir um estacionamento para 4.000 vagas na frente do estádio não se sustenta pós-Copa. Não há demanda local e a concepção de "park-and-ride" fica comprometida pela necessidade de se percorrer uma distância da ordem de 1,2 km até a futura estação do metrô.
A cidade precisará resolver o mais rapidamente possível a localização do estacionamento que atenda ao Estádio do Morumbi, nos dias de jogos e eventos e ao público, em geral, fora desses momentos.
E a Cia. do Metrô precisa apresentar os seus planos de estacionamento "park-and-ride" junto à estação Vila Sônia.

*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica do Sindepark. Com mais de 40 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

Categoria: Fique por Dentro


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