Sem grana para cuidar da manutenção e da segurança de parques municipais, a gestão João Doria (PSDB) divulgou dia 9 as regras iniciais para deixar na mão de empresas o gerenciamento das áreas verdes. Em troca, o paulistano poderá ser obrigado a pagar mais para frequentar as áreas de lazer, como estacionamento. O pacote inicial envolve 14 dos principais parques da capital, entre eles o Ibirapuera (zona sul) e o do Carmo (zona leste).
O projeto deverá se estender para pelo menos 50 das 107 áreas municipais. A prefeitura abriu uma consulta pública para que empresas façam propostas de como será o contrato. A ideia inicial da prefeitura é deixar na mão das empresas a manutenção dos parques.
Em contrapartida, poderão cobrar, por exemplo, por estacionamento, aluguel de espaço para serviços de alimentação e bebida, aluguel de bicicleta e outros brinquedos, segundo Wilson Poit, secretário de Desestatização e Parcerias de São Paulo. "Empresas poderão realizar shows, com patrocinadores, explorar suas marcas, mas sem cobrar ingressos da população", afirmou.
Entrada
A prefeitura também afirma que vai proibir a cobrança de entrada, do uso de banheiros e do wi-fi nos parques. Outra obrigação das empresas será a de, para cada parque considerado importante, cuidar de três ou quatro parques menores e em áreas periféricas. A escolha dos primeiros 14 parques do pacote teve como critério o custo de manutenção deles - acima de R$ 1,5 milhão por ano. Segundo Doria, a prefeitura gasta R$ 180 milhões por ano com a manutenção dos parques da cidade. As 14 concessões poderão gerar economia de até 40% disso, ou R$ 72 milhões.
Câmara aprova fundo
A Câmara de São Paulo aprovou em definitivo ontem projeto que cria o conselho de secretários que definirá os modelos de desestatização da cidade e um fundo onde será depositada toda a receita obtida com a venda, concessão ou parceria público privada de ao menos 55 equipamentos públicos. O texto seguirá para a sanção do prefeito João Doria. A expectativa é arrecadar cerca de R$ 7 bilhões ao longo do mandato com as privatizações. Foram 35 vereadores favoráveis ao projeto e 7 contrários. A oposição diz que projeto é uma espécie de cheque em branco, já que entrega as concessões a um grupo de oito secretários.
Fonte: Agora São Paulo - 10/05/2017