Manter um carro não é fácil. "Muito caro e impostos que você tem de pagar, como IPVA, estacionamento, Zona Azul, pedágio", comenta o comerciante Francisco Ribeiro Feitosa. "É outra família, sai caro", diz um rapaz.
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que os preços de uma cesta de produtos ligados ao automóvel subiram 8,42% nos últimos 12 meses. É mais que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que foi de 6,40%.
O grande vilão foi o álcool, com alta de quase 30%. Subiu tanto que hoje, levando em conta o preço médio, só é mais vantajoso abastecer com etanol em quatro Estados: Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Tocantins. Ainda assim, é preciso pesquisar. A gasolina também subiu 7,70%. De qualquer forma, as ruas continuam abarrotadas de carros.
Os serviços de reparo aumentaram bastante: mais de 10%. Lavagem, seguro e óleo lubrificante também tiveram reajustes acima da inflação. A bateria não subiu tanto, mas o gerente da loja especializada em produtos automotivos Marcos Jaime Gonçalves lembra que no inverno ela acaba ficando mais cara. "No inverno os carros têm de puxar mais energia, tendo um desgaste maior da bateria com consequência de perder a força. Isso gera a aquisição de uma bateria melhor", explica Gonçalves.
Em São Paulo, é praticamente impossível circular pela cidade sem precisar de um estacionamento. Com a falta de espaço, os preços sempre foram salgados e no último ano subiram mais de 15% na média nacional. Se, apesar do aumento dos custos, muitos ainda não desistiram de comprar um carro, a boa notícia é que tanto novos quanto usados estão um pouco mais em conta.
As medidas do governo para desacelerar a economia esfriaram as vendas de automóveis.
O preço do carro usado caiu cerca de 3%. Já os automóveis novos ficaram só um pouco mais baratos, cerca de 1%. A pesquisa também mostrou que os gastos com um veículo próprio podem consumir cerca de 7% do orçamento familiar
Fonte: programa Bom Dia Brasil (TV Globo), 21 de julho de 2011