Parking News

Com o fim do Carnaval, passado o período de alta temporada, o normal seria que a cidade de Santos voltasse a ter um fluxo normal no trânsito. Afinal, naquela época, mais de meio milhão de veículos desceram a Serra do Mar para vir à região. Mas não é o que se vê pelas ruas. Um grande volume de carros continua a circular, independentemente da época do ano. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em dezembro último, Santos tinha uma frota de 259.625 veículos (9 mil a mais do que no ano anterior). Destes, 143.746 são carros. Mas o número cresce quando se considera que motoristas de cidades vizinhas também vêm à cidade todos os dias para trabalhar. E se o problema já é sentido na hora de circular, quando se pensa em parar o carro em algum lugar a dificuldade aumenta, principalmente em áreas de grande comércio, como Gonzaga e o Centro, destaca A Tribuna.
"Quantas vezes você acaba desistindo de se alimentar em algum lugar por não ter onde parar? Isso reflete na economia da cidade", pondera o urbanista Augusto Muniz Campos. Parte da saída para esse panorama caótico pode estar nos estacionamentos. Mas boa parte deles funciona de forma provisória "Hoje, o metro quadro é muito caro em Santos. Então, os terrenos que acabam sendo usados como estacionamentos são alugados até que um incorporador resolva usá-los para fazer um empreendimento", alerta Campos.
O preço alto e a falta de terrenos disponíveis nas áreas que mais carecem de vagas também inviabilizam prédios garagens particulares. Uma alternativa pode ser o estacionamento subterrâneo. A exemplo do que acontece em várias cidades do mundo, como Paris, áreas que ficam sob praças poderiam ser utilizadas. "Colocar o carro em estacionamento subterrâneo é uma maneira de tirá-lo da rua. Temos o hábito de estacioná-lo junto ao meio-fio, com ou sem taxa. Com isso, estamos impedindo a circulação de uma faixa da via de trânsito. Os estacionamentos subterrâneos aproveitam também espaços que não seriam utilizados", explica o arquiteto Jorge Wilheim.
A superfície encontrada em Santos dificulta, mas não inviabiliza esse tipo de projeto. "O governo tem que dispor de áreas, equipamentos e fazer isso debaixo de praças. O custo é alto e, na nossa Cidade, tem uma complicação enorme, pois, pelo tipo de solo, tem que se fazer a fundação muito mais profunda e se pensar nas infiltrações, que são recorrentes", informa Campos.
Um estudo de viabilidade técnica, econômica, social e ambiental na região do Valongo, realizado no ano passado pela empresa Ove Arup & Partners, contratada pela Prefeitura, aponta para o caminho dos estacionamentos no subsolo. No Centro, ao longo da Rua João Pessoa, entre as ruas Braz Cubas e Frei Gaspar, seriam 940 vagas no subterrâneo, em construções de dois níveis. Mas, seguindo a tendência do que ocorre em grandes metrópoles, a Praça Mauá também poderia servir para atender a demanda de estacionamentos da região - necessidade que deve crescer em breve, com o final da obra da Petrobrás, que deve trazer milhares de funcionários para a região do Valongo. No Gonzaga, a ideia também é bem vista pelo comércio. "Havia um projeto que colocaria um estacionamento subterrâneo da Praça Independência até a avenida da praia (Vicente de Carvalho) e a parte de cima viraria um calçadão, um grande bulevar. Seria maravilhoso, pois privilegiaria pedestres e carros", afirma Nicolau Obeidi, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Santos-Praia.
Fonte: A Tribuna (Santos-SP), 3 de março de 2013

Categoria: Mercado


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