"O fator facilidade de deslocamento é calculado basicamente levando-se em conta a quantidade de conexões (cruzamentos) que existem em uma rua e a posição dela dentro da malha da cidade (central ou periférica)", explica Medeiros. Segundo ele, quanto mais cruzamentos tem, mais a via está integrada à cidade. Se a rua for periférica, ela, então, fica interligada somente à sua região.
O pesquisador afirma que faltam grandes eixos de ligação na capital paulista. "Vejo a cidade como uma colcha de retalhos: cada bairro tem um desenho diferente nas ruas, sem uma conexão clara entre eles, causando um espaço fragmentado", diz. Ele afirma que um trajeto que poderia ser feito com dez mudanças de direção, por exemplo, acaba sendo realizado com 15 em São Paulo. Outro fator que prejudica a mobilidade são ruas sem saída.
O urbanista diz que Nova York (EUA) ficou em primeiro no ranking porque tem eixos paralelos e perpendiculares, em que as vias se cruzam, dando mais opções de trajetos para os motoristas.
Medeiros afirma que a opção para São Paulo se tornar mais integrada é investir em transporte público, transformando corredores de ônibus e metrô nos grandes eixos de ligação entre os bairros.
Fonte: jornal Destak, 20 de maio de 2009