Parking News

Jorge Hori *

Com a escolha das cidades sedes dos jogos da Copa 2014, elas terão de complementar os projetos básicos e elaborar os planos executivos dos estádios e dos seus entornos, incluindo as necessidades de estacionamentos.
A FIFA recomenda, no seu Manual sobre os estádios, uma disponibilidade de vagas correspondentes a 15% da capacidade de assentos. Assim, para um estádio de 40.000 pessoas (mínimo para jogos internacionais), seriam necessárias 6.000 vagas. Para um estádio de 70.000 para a abertura ou final, seriam necessárias 10.500 vagas.
O modelo anterior, que ainda consta do Manual, é ter essa disponibilidade próxima ao estádio, num raio da ordem de 2 km.
O modelo novo, recomendado pela FIFA às cidades candidatas, é o oposto: não ter estacionamentos dentro de um bolsão de 1,5 a 2 km de raio a partir do estádio. A exceção seria para o atendimento à mídia, aos VIPs e aos VVIPs. E, evidentemente, à comitiva das seleções.
Esse modelo se baseia na bem-sucedida "Operação Fórmula 1", planejada e realizada pela CET de São Paulo.
Há, no entanto, uma reclamação dos espectadores que foram ao jogo Brasil x Uruguai no Morumbi, quando alguns levaram mais de três horas para conseguir sair do estádio. A razão foi simples. A CET organiza o esquema especial de trânsito, mas cobra. A CBF achou caro, não quis pagar e dispensou. O resultado foi o caos.
O esquema implica a proibição de ingresso de carros dentro um perímetro entre 1,5 a 2 km do estádio.
Se adotado o modelo para o Morumbi, as principais consequências práticas serão as seguintes: - estacionamentos privados dentro da área não poderão receber clientes, a partir do momento do bloqueio;
- as vias públicas do entorno ficarão vazias, reduzindo a atuação dos "flanelinhas";
- as residências que aproveitam para "alugar" suas vagas só poderão receber os seus veículos, requerendo uma autorização específica, caso o documento do veículo contenha um endereço fora da área;
- as vias de acesso ficarão livres para o trânsito das pessoas a pé (cabendo analisar se haverá ou não restrições para bicicletas);
- os estacionamentos próximos às divisas do bolsão ficarão cheios;
- o estacionamento na via pública será transferida para a área fora do bolsão, com a atuação dos flanelinhas e reclamação dos moradores;
- os estacionamentos mais distantes proverão vans ou ônibus para o acesso ao estádio.
A situação não mudará muito para os estacionamentos já existentes. A questão crítica será a definição dos preços, o que tenderá a se uniformizar. Com o risco de ser denunciado como cartel pelo Ministério Público.
Já em relação às novas construções poderá haver um impacto maior.
Do ponto de vista público poderá ser conveniente a construção de garagens subterrâneas ou não, junto às estações do metrô ou da CPTM, como estacionamentos de transferência. Não serão garagens para o atendimento apenas para os jogos, mas para a população, o que poderia não ocorrer com os estacionamentos junto aos estádios.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica do Sindepark. Com mais de 40 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

Categoria: Fique por Dentro


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