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Segundo dados do governo, no ano passado, 400 mil casas foram financiadas no Brasil. Apesar desse volume representar apenas pouco mais de 5% do déficit habitacional do País, o resultado foi bom se considerarmos a média histórica. Na realidade, o déficit habitacional não está sendo reduzido com os financiamentos atuais, dado que em grande medida eles se destinam para habitações que não estão abrigando antigos moradores de favelas. De qualquer maneira, o crescimento dos financiamentos habitacionais é um bom sinal no sentido de melhorar o padrão médio de moradias do Brasil.
Imaginando que foram financiadas 400 mil casas para 400 mil famílias, como o País tem 60 milhões de famílias, no ano, os financiamentos através do sistema de poupança e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) mostram que 0,7% das famílias brasileiras compraram uma casa em 2010 – na cidade de São Paulo, essa taxa é de 1%, e a cidade tem o mercado imobiliário mais movimentado do País. Os dados não têm precisão cirúrgica, mas de forma geral representam o seguinte: a cada 1.000 famílias, sete financiaram um imóvel em 2010.
Outro mercado que espantou pelo seu resultado em 2010 foi o de automóveis. No ano passado, 3,3 milhões de automóveis e pick ups leves foram licenciados. A produção ficou ao redor deste número também. Isso significa que 5,5% das famílias compraram um automóvel em 2010, a esmagadora maioria destes com financiamentos. Fazendo uma comparação, a cada 1.000 famílias brasileiras, sete financiaram um imóvel e 55 um carro (quase oito vezes mais).
Claro que a comparação não é a mais adequada, dado que o valor médio dos imóveis é maior do que o dos automóveis (nem sempre a prestação é muito maior, pois os prazos de financiamentos imobiliários são em geral mais extensos).
Mas não deixa de ser interessante notar que o País renova sua frota de automóveis muito mais rapidamente do que a de habitações. Em primeiro lugar, isso mostra um pouco de quanto a vida do brasileiro é vinculada aos automóveis. O padrão de desenvolvimento industrial e econômico do País tem sido vinculado à indústria automobilista desde 1950. O sistema de transportes é basicamente rodoviário e, quando possível, individual. É linguagem comum que o brasileiro compra seu automóvel porque o sistema de transportes é ruim. De fato, o sistema de transportes públicos deixa muito a desejar, principalmente nas grandes cidades. Mas façamos um exercício:

1. Quantos leitores andam sozinhos em seus carros? (a carona entre amigos e vizinhos não é uma prática muito disseminada entre o brasileiro)

2. Quantos destes deixariam seus veículos em casa se o sistema de transporte fosse adequado?

3. Quantos destes não teriam automóveis?

Se todos responderam com honestidade, certamente chegaremos à conclusão de que o brasileiro é um apaixonado pelo seu automóvel, cuida dele como um filho e não abre mão de um momento só seu no caminho para o trabalho.

Fonte: Economix (Fecomercio), 22 de fevereiro de 2011

Categoria: Geral


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