Parking News

Sábado ou domingo, no começo da tarde, pelo menos dez rapazes com talões azuis em punho circulam pela Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu. Assim que um carro se aproxima de uma das vagas de estacionamento, começa a disputa pelo motorista. Na mão desses cambistas, uma folha de Zona Azul, que deveria custar 3 reais por até três horas, sai por mais que o triplo, 10 reais. A presença de meia dúzia de agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não coíbe a ação ilegal, constata reportagem da revista Veja São Paulo. "Nesse caso, só as polícias Civil e Militar podem intervir", afirma Celso Buendia, gerente de estacionamento da CET.
Na Praça Túlio Fontoura, nos arredores do Parque do Ibirapuera, não é diferente. Os flanelinhas pedem 10 reais por duas horas ou 20 pelo dobro de tempo. "Nos fins de semana não se pode parar dentro do parque", mentia um deles, no dia 5 de fevereiro.
Criada em 1974, a Zona Azul tem como objetivo a rotatividade dos espaços de estacionamento em áreas com grande procura. Na capital, são 35.500 vagas do tipo, espalhadas principalmente pelas regiões oeste e central. Nos 14 pontos visitados por Veja São Paulo entre os dias 5 e 7, treze eram "vigiados" por algum cambista. Na Rua 7 de Abril, na República, onde a folha vale só por meia hora, um rapaz cobrou 4 reais e ainda fez a gentileza de preencher o cartão para o comerciante João Terras. "Nunca sei onde comprar, assim fica mais fácil", disse Terras.
Não só os flanelinhas tentam faturar, mas também muitos dos 2.358 pontos de venda oficiais, entre supermercados, lotéricas e drogarias, que já ganham 9% sobre cada talão vendido. Em um bar na Rua do Gasômetro, no Brás, 1 real era adicionado aos 3 permitidos. "Realizamos a fiscalização através de denúncias recebidas pelo telefone 1188", assegura Buendia. "Também temos 140 agentes responsáveis por checar esses locais."
Fonte: Revista Veja São Paulo, 23 de fevereiro de 2011

Categoria: Mercado


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