Parking News

A falta de vagas nos estacionamentos dos shoppings de São Paulo está atraindo os frequentadores às vagas VIP, bem mais caras. Os espaços exclusivos contam, segundo os shoppings, com cada vez mais frequentadores que preferem pagar até três vezes mais em vez de gastar tempo em busca de uma vaguinha "comum". Nos Shoppings Aricanduva, Eldorado, Frei Caneca e Iguatemi, o serviço já chega a operar com ocupação máxima nas noites de sexta, fins de semana e vésperas de feriados, constatou reportagem do Jornal da Tarde.
"Se não tiver o valet, não vou. É insuportável. Você perde a vontade. Se eu for fazer uma compra e tiver de gastar 15, 20 minutos rodando, me recuso", afirmou o empresário Paulo Antonio de Pereira. Para o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, o serviço tem crescido "porque as pessoas buscam comodidade".
O preço dos VIPs oscila entre R$ 5 e R$ 15 por período. Em todos, há manobristas. Além da vantagem de descer próximo das entradas dos shoppings, em alguns o cliente conta com elevadores privativos, salas com rede de internet sem fio e carregadores de sacola.
No maior shopping da cidade, o Aricanduva, mesmo com 14,7 mil vagas gratuitas formam-se filas no acesso ao valet aos sábados e domingos. O gerente da área, Wilians Pereira dos Santos, afirmou que a espera não ultrapassa 10 minutos. "Nossos clientes querem essa comodidade. Eles não se incomodam de esperar um pouco."
Tanto mulheres quanto homens recorrem ao serviço, segundo o superintendente do Aricanduva, Marcos Sérgio de Oliveira Neves. "São pessoas mais exigentes, que querem conforto." Segundo ele, apesar da lotação ainda não é necessário expandir a área. "Por enquanto, o número de vagas é suficiente."
No Shopping Eldorado, em Pinheiros, quando as 80 vagas do VIP são preenchidas aos fins de semana resta aos manobristas pedir aos clientes para utilizarem as vagas comuns. Durante a semana, a procura costuma ser baixa, com uma média de 20 clientes/dia. O diagnóstico é o mesmo do valet do Frei Caneca, no centro. De segunda a sexta-feira, a ocupação bate nos 40%. Porém, nos fins de semana, sobe para 100%.
No Iguatemi, de sexta-feira a domingo o VIP coberto funciona com ocupação total das 146 vagas. Assim, o shopping aproveita mais 250 vagas da área descoberta. O serviço é um dos mais caros entre os shoppings pesquisados: parar uma hora no VIP sai por R$ 12. Na área comum, o preço cai para R$ 7, por duas horas. Para compensar a diferença do custo, no VIP o cliente recebe agrados como uma sala de espera exclusiva, com elevador e carregadores.
Para atender ao aumento da demanda, o Iguatemi vai inaugurar um prédio com seis andares voltados só para o sistema VIP. Segundo a assessoria do shopping, o novo imóvel está sendo erguido, mas ainda não há data prevista de inauguração.
Para cliente, economia de tempo é a maior vantagem
A principal vantagem do estacionamento VIP é a economia de tempo, segundo os usuários. O preço, acrescentam, até incomoda, mas compensa por "anular" a procura por uma vaga comum. De acordo com os funcionários dos shoppings, tanto homens quanto mulheres costumam recorrer ao serviço.
"Muitas vezes estou com o horário agendado e as vagas normais estão lotadas", afirmou a gerente de vendas Nara Cerri. Para ela, desembolsar um pouco mais representa economia de tempo. "Como estou a trabalho, acaba valendo porque otimiza minha agenda. Quando vou às compras, gasto um pouco de tempo procurando vaga."
André Luis Ramos define o VIP como uma ferramenta de trabalho. Ele é motorista particular de uma senhora que sofreu um acidente vascular cerebral e se locomove com dificuldade. "Às vezes, você vai ao shopping e a vaga exclusiva para deficiente está ocupada."
Alguns shoppings, como o Vila Olímpia e o Iguatemi, cobram na área de valet o mesmo preço da comum para deficientes físicos.
Na opinião da universitária Bruna Banaire Bissi, o VIP tornou-se uma necessidade. "Sempre que venho ao shopping procuro uma vaga normal, mas desisto depois de 10 minutos e venho para o VIP."
Frequentador assíduo de shoppings, o representante comercial Célio Rocha até esqueceu da última vez que dirigiu em busca de vagas. "É um preço justo pelo conforto. Se você for procurar uma vaga comum no estacionamento, pode perder até mais de uma hora."

"Serviço tende a aumentar"
Entrevista com Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop)

JT - Consumidores afirmam que optam pelo valet porque as vagas comuns estão lotadas. Isso vem ocorrendo?
Nabil Sahyoun - O que acontece é que, cada vez mais impaciente, o brasileiro obviamente não quer sair procurando vaga. E, por uma comodidade um pouco maior, acaba estacionando no valet. De segunda a sexta-feira, você encontra tranquilamente lugar para estacionar. No sábado, dependendo do horário, há mais dificuldade. Mas não há nenhuma reclamação.

- O preço não é muito alto?
- Tudo é questão de oferta. Outro dia fui parar num shopping e achei o preço do valet caro. Dei a volta e encontrei uma vaga. Em outra ocasião, eu estava com pressa, era imprescindível, e parei.

- Qual a tendência desse serviço?
- Com a frota de carros crescendo e menos espaço, ele tende a aumentar. Mas, ao mesmo tempo, os shoppings têm de buscar alternativas para as áreas comuns, criando mais andares.

- Os shoppings já trabalham com um número apertado de vagas?
- Se compararmos o Iguatemi com outros shoppings, como o Center Norte e o Aricanduva, claro que há um problema maior de vagas. Esses outros shoppings estão em áreas privilegiadas e o preço do metro quadrado não é tão caro quanto no Iguatemi. Há shoppings com uma boa área disponível, como o Center Norte.
Fonte: Jornal da Tarde, 17 de abril de 2010

Categoria: Geral


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