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A Companhia Docas do Estado de S. Paulo publicou semana passada uma convocação interessante. Em anúncio, convida proprietários de áreas localizadas "no Planalto, nas proximidades das Vias Anchieta e Imigrantes ou margens do Rodoanel Mário Covas assim como da Rodovia Cônego Domênico Rangoni" a manifestar interesse quanto "à utilização da área como Pátio Regulador de Caminhões". O anúncio merece algumas observações interessantes, destaca o DCI. Primeiro, o "Antes Tarde do que Nunca". Pátios reguladores no Planalto já são apontados há pelo menos 15 anos como uma das providências necessárias para eliminar o risco do colapso rodoviário da ligação Grande São Paulo - Baixada. Que inclui o Porto. No início recebiam o nome de "estacionamento-pulmão". O colapso veio primeiro.
Com a mobilidade urbana já comprometida pelo trânsito interno, a Baixada viveu o caos absoluto em diversas ocasiões no escoamento da safra deste ano. "Nunca antes na história desta Baixada" congestionamentos tinham sido registrados na ordem de grandeza de 40, 50 km. Segundo, que a providência talvez esteja chegando tarde. Do conjunto de intervenções projetadas para equacionar o sistema viário e rodoviário de acesso ao Porto, só o Anel Viário de Cubatão e o novo acesso aos terminais em Guarujá já estão em obras. Mas o anel não fica pronto para o escoamento da safra 2013/2014. A entrada de Santos, a Via Arterial em Cubatão, os túneis Santos-Guarujá e Zona Leste- Zona Noroeste de Santos ainda estão sendo trabalhados no papel. A safra é recorde, informação já analisada neste espaço do DCI. Em 2012, o Porto movimentou 104 milhões de toneladas. Em 2013 esse número ultrapassa a casa dos 110 milhões, devendo chegar a 113. E no ano que vem, com aumento de 5% da safra, encosta fácil nos 120 milhões de toneladas. Fazendo uma divisão simples da movimentação de cargas que entram ou saem de Santos pelo sistema rodoviário (80% do total) pela carga média dos veículos, você chega a alguma coisa em torno de 15 mil carretas e caminhões por dia. Ou seja: mesmo com o pátio disciplinando a entrada na estrada, a coisa fica complicada. É muito caminhão para pouca estrada. O principal gargalo é a descida da Serra, obrigatoriamente pela Via Anchieta, projetada e construída na década de 1940 do século passado. É interessante observar ainda que o mercado não equacionou essa questão. Por que será que nenhum empresário investiu num "estacionamento-pulmão" nesse tempo todo? O motivo mais forte é que nada obriga o dono do caminhão, o caminhoneiro ou o dono da carga a pagar a tarifa de um estacionamento. Como o bolso é a parte mais sensível, eles transformam o caminhão em armazém ou silo e a estrada em estacionamento. Essa obrigatoriedade, com a regulação rigorosa do horário da chegada do caminhão, é o único trunfo que a Codesp tem na mão para essa cartada importante, mas que, como a gente viu neste texto, pode não ser suficiente para eliminar no ano que vem o caos deste ano.
Fonte: DCI ? SP, 10 de dezembro de 2013

Categoria: Mercado


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