Parking News

O aumento do número de automóveis e a falta de espaço em grandes metrópoles transformaram estacionamentos privados em um negócio milionário. Um estacionamento da Cinelândia, na Praça Mahatma Gandhi, no Centro do Rio, escancara essa realidade. Custa R$ 12 a hora, e a diária sai por R$ 136. Em 252 dias úteis do ano, o pagamento do valor da diária seria suficiente para comprar um carro zero, de R$ 34.272, segundo cálculo do economista, colunista e blogueiro do Globo Roberto Zentgraf, que mostrou o exagero da cobrança no seu blog.
Com a despesa de um mês, é possível pagar o aluguel de um imóvel de quase R$ 3 mil. Já o gasto de um único dia, cobriria passagens de metrô de ida e volta durante todos os dias úteis do mês ou ainda quatro corridas da Zona Sul ao Centro de táxi. Mas se o cliente for mesmo usar o serviço diariamente, ele tem a opção de pagar a mensalidade, no valor de R$ 454,83, o que reduz o gasto anual para R$ 5.457,96.
Transporte público e táxi são mais baratos, diz economista
"É um valor abusivo, não há nada que justifique isso. Na última em vez que usei o estacionamento da Cinelândia, há menos de um mês, a diária era R$ 67. Agora, quase dobrou", contou Zentgraf, que também é professor do Ibmec.
"Com esse preço, é preferível usar o transporte público e táxi."
O alto custo não se restringe à Cinelândia. No Terminal Garagem Menezes Côrtes, o maior vertical da América Latina, também no Centro, o valor para clientes que possuem vaga fixa subirá dos atuais R$ 715 para R$ 746 a partir de julho. O gerente administrativo do Menezes Côrtes, José Xavier, disse que o valor é reajustado anualmente com base no IGP-M. "Desde que o estacionamento foi comprado do Estado, há 14 anos, o valor é o mesmo, só vem sendo corrigido. Talvez o preço praticado no mercado seja até maior que isso", disse o gerente, que considera justo o valor cobrado.
Já o responsável pelo Estacionamento Cinelândia não respondeu o pedido de entrevista feito pelo Globo.
Só no último ano, o preço de estacionamentos e garagens no Rio subiu 10,22%, alta bem superior à da inflação, de 5,82% no mesmo período, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV). De janeiro a maio de 2012, o aumento foi de 2,76%. Na média brasileira, o estacionamento encareceu 4,12%.
Segundo o economista da FGV André Braz, o aumento do preço dos estacionamentos é justificado pela combinação de fatores: "A expansão do crédito e o aumento da renda ajudaram a multiplicar o número de veículos, o que fica ainda pior com a limitação do espaço na cidade. O valor do rotativo não subiu, mas o intervalo de tempo garantido pelo talão diminuiu, o que te força a gastar mais", afirmou Braz, acrescentando que o aumento da procura leva à valorização não só dos estacionamentos privados, mas também dos espaços públicos.
Nos shoppings, o preço varia segundo a região da cidade. O do Rio Sul, em Botafogo, é o mais caro. Nas três primeiras horas são cobrados R$ 6. No Shopping Leblon cobram-se R$ 3 até os primeiros 30 minutos e R$ 9 de 91 a 120 minutos. No Norte Shopping, as três primeiras horas valem R$ 7, e a hora excedente ou fração sai por R$ 2,50.
Fonte: O Globo (RJ), 29 de junho de 2012

Nota do SINDEPARK:
O SINDEPARK esclarece que os altos preços nos estacionamentos do Rio de Janeiro são reflexo, principalmente, da valorização imobiliária, que leva a cidade a ter o metro quadrado mais caro do país.

Categoria: Geral


Outras matérias da edição

Marginal Tietê segue incompleta (26/06/2012)

A reforma da Marginal Tietê, entregue em março de 2010 pelo governo do Estado após a ampliação de pistas, segue com etapas incompletas três anos após seu início, em junho de 2009. Uma dessas etapas pr (...)


Seja um associado Sindepark