Dois grandes problemas estruturais precisam ser resolvidos na Lapa. Primeiramente, porque há duas estações, uma da Linha 8-Diamante e outra da Linha 7-Rubi, separadas por 500 metros e sem nenhuma integração. Além disso, a linha férrea acabou separando o bairro em duas porções - as chamadas Lapa e Lapa de Baixo -, uma divisão existente desde os tempos do café.
"Pensamos em fazer algo que não só melhore a integração dos trens como também qualifique o bairro", diz a arquiteta Fernanda Barbara, sócia do escritório Una Arquitetos, responsável pelo plano. "São Paulo não pode mais pensar apenas em projetos de transporte, mas sim em projetos de qualificação urbana."
Praça linear
Com o enterramento de um trecho da linha férrea, a CPTM vai criar uma praça linear na superfície, que pode contar também com prédios e equipamentos públicos. A obra será feita em etapas - as imagens dos croquis mostram o desenho final esperado para a revitalização, com as estações subterrâneas e a integração das estações em um único ponto.
A reforma da Estação Lapa é uma das etapas mais importantes da revitalização da Linha 8. Atualmente, trata-se do ramal com mais equipamentos velhos da CPTM.
O pacote de revitalização que deve atingi-lo inclui a reconstrução de mais quatro estações: Comandante Sampaio, Domingos de Moraes, Imperatriz Leopoldina e Antônio João. Outras seis estações da linha - General Miguel Costa, Jardim Belval, Jardim Silveira, Quitaúna, Sagrado Coração e Santa Terezinha - vão receber reformas.
A Lapa também é tida como estratégica por outro motivo: o planejamento do Metrô até 2020 prevê que partirá dali a futura Linha 20-Rosa, que passará pela Avenida Brigadeiro Faria Lima e já é disputada por empresas internacionais, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Fonte: O Estado de S. Paulo, 30 de junho de 2012