"Não é um custo para a sociedade só hospitalar, mas um custo na vida dessa pessoa, porque ela muda totalmente sua vida. Então ele deixa de ter uma vida ativa e acaba se restringindo à família, que tem que se reorganizar nesse momento porque alguém vai ter que parar de trabalhar, ou vem um familiar do interior morar com essa pessoa para poder ajudar em casa", fala Kátia Campos dos Anjos, responsável pela pesquisa.
Josimar de Souza Santos, agricultor, caiu da moto há 10 meses em Caruaru, Pernambuco. A lesão foi no pescoço. Ele ficou internado em hospitais de Caruaru e Recife, mas achou melhor vir para São Paulo. Josimar passará pelo menos seis horas no centro cirúrgico com oito médicos trabalhando para tentar recuperar a lesão que ele sofreu. A operação consiste em retirar um músculo da coxa e colocar no braço.
O procedimento é caro e o custo com os acidentados maior ainda - chega a R$ 300 mil só nos primeiros meses de tratamento. "Quanto mais pacientes desse tipo você tem, mais você está tirando esse dinheiro do Sistema Único de Saúde. Possivelmente, esse dinheiro vai para atender motociclistas e deixa de atender outras doenças que também precisam", diz Júlia Maria Dandrea, médica do HC.
Fonte: portal G1, 1 de julho de 2011