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O espaço é público, mas nas ruas e calçadas do Rio já se tornou corriqueiro donos de carros se apoderarem de áreas que deveriam ser de uso comum e abandonarem ali seus veículos por meses, até anos. Na Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, por exemplo, um Renault Kangoo batido, com a frente amassada e sem uma das rodas, ocupa há quase dois meses o canteiro central da via, na altura do número 3.400. Segundo moradores, o carro se chocou contra uma árvore no local e, desde então, permanece por lá, sobre o tronco que derrubou na batida. "Passo pela Epitácio Pessoa diariamente. Sempre me pergunto por que esse veículo ainda não foi rebocado, numa área tão movimentada da cidade", questiona o motorista Fernando Almeida à reportagem de O Globo.
Em Santa Teresa, outro carro acidentado enferruja e acumula lixo há bem mais tempo na calçada da Rua Eduardo Santos, perto do Largo das Neves. O proprietário do veículo, Alexandre Castello Branco, alega que entrou na Justiça contra a empresa responsável pelo ônibus que bateu no carro. E diz aguardar uma decisão sobre uma possível indenização para, então, retirar o carro. O bairro se transformou num verdadeiro depósito a céu aberto. Ao longo da Rua Almirante Alexandrino, próximo ao Morro dos Prazeres, são pelo menos três.
A situação é parecida na Rua Alice, num dos acessos de Laranjeiras a Santa Teresa. Num trecho de cerca de cem metros, são quatro carros abandonados. Só em frente ao número 160, são dois, um Fusca e um Renault, ambos com pneus arriados.
Em Botafogo, para minimizar a má aparência de um Fusca parado desde o ano passado na Rua Camuirano, próximo ao número 25, moradores resolveram fazer um grafite no veículo. Já no Flamengo, bairro vizinho, enquanto motoristas enfrentam dificuldades para estacionar nas ruas, um Corcel II está há meses numa das vagas de estacionamento rotativo, próximo ao número 250. No painel do carro, com um dos pneus vazio, havia um bilhete de estacionamento com data de fevereiro deste ano. O guardador da área afirmou que o dono, que estaria com o Corcel em inventário, renova diariamente o pagamento da vaga.
Veículo emplacado não pode ser rebocado
A Secretaria de Ordem Pública informou que o Corcel foi multado ontem, dia 4. Já na Rua Eduardo Santos, os fiscais orientaram o proprietário a retirar o veículo da calçada, mesmo aguardando decisão da Justiça. No mesmo dia, foram enviados agentes também para verificar a situação dos carros da Epitácio Pessoa e da Camuirano. Já na Rua Alice, a fiscalização esbarrou numa burocracia que muitas vezes impede a retirada de carros que se deterioram nas ruas: como os veículos estavam emplacados e estacionados em local permitido, não puderam ser rebocados nem multados. No caso de um Gol de Santa Teresa, por se tratar de um carro sem identificação, a Comlurb informou que está tomando as providências necessárias para a retirada do veículo.
Fonte: O Globo (RJ), 5 de julho de 2011

Categoria: Geral


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