"A demanda gerada por infraestrutura aeroportuária e por estradas e empreendimentos comerciais, como shopping centers e redes de varejo, garante uma taxa de crescimento que vai premiar aqueles que tiverem gestão mais eficiente", afirma Paul Valencia, diretor internacional de desenvolvimento de negócios da Vinci Park, empresa que opera em 14 países, administra 2,6 mil estacionamentos com 1,6 milhão de vagas e 2,5 mil concessões que incluem 360 mil espaços em vias públicas. Essa companhia faturou 700 milhões de euros no ano passado.
A Moving Estacionamentos, fundada em 1998, passa a se chamar Moving Vinci Park. A empresa tem hoje no portfólio 78 estacionamentos sob administração, incluindo contratos com universidades, shoppings centers e redes de varejo em acordos que chegam a 20 anos.
"Vamos fechar o ano com 100 (estacionamentos) e queremos dobrar esse número até 2015", afirma o presidente da empresa, sócio fundador da companhia, Fernando Stein, que durante dez anos foi o representante no Rio Grande do Sul da líder do setor, a Estapar. Esta, controlada pelo BTG Pactual, quer ter em 2014 mil estacionamentos em sua rede, que hoje soma 900 unidades. A Estapar atua em 13 Estados, com 240 mil vagas.
"A eficiência operacional será determinante para ganhar contratos e ter margens, para crescer com velocidade. Temos know-how para isso", afirmou Valencia, do grupo francês. O executivo afirma que o mercado brasileiro guarda particularidades em relação a alguns dos principais países em que a Vinci atua. "Aqui, o estacionamento é o último responsável legal pelo veículo estacionado. Isso gera um desafio extra em termos de qualidade na gestão do negócio para evitar passivos futuros", diz o executivo, citando custos e gerenciamento de apólices de seguros.
Entre os segmentos nos quais quer crescer, o presidente da Moving Vinci Park cita redes de varejo, shopping centers e aeroportos. "São contratos de longo prazo, de 10 a 12 anos pelo menos", diz Fernando Stein. "Vamos focar o crescimento nos mercados de São Paulo e Rio de Janeiro".
O grupo planeja investir pelo menos R$ 90 milhões na expansão da companhia até 2015. "Vamos trazer design e escala ao setor", afirmou Paul Valencia, da Vinci Park. Segundo ele, as margens operacionais no Brasil podem atingir os dois dígitos em um ambiente de gestão eficiente e contratos de longo prazo.
O diretor internacional da Vinci Park descartou recorrer ao mercado de capitais para levantar recursos ou buscar sócios. Segundo ele, todo o dinheiro do investimento virá do grupo e o caixa gerado será reinvestido na operação.
"Em três anos, o mercado brasileiro será um dos 10 mais importantes para a Vinci no mundo nesse segmento", projeta Paul Valencia. Projeções feitas por entidades setoriais, como a Associação Brasileira de Estacionamentos (Abrapark), estimam que o Brasil soma 9 mil estacionamentos regularizados e movimenta aproximadamente R$ 4,3 bilhões por ano em faturamento bruto.
"A questão é que o próprio setor reconhece que há uma fatia informal ainda elevada nesse setor", aponta Fernando Stein.
Segundo estimativas do Sindicato das Empresas de Garagens, Estacionamentos e de Limpeza e Conservação de Veículos do Estado de São Paulo (Sindpark), em São Paulo, o maior mercado do país, cerca de 25% dos 5 mil estacionamentos não estão totalmente regularizados.
A formalização do setor e a demanda gerada por novos empreendimentos comerciais e até mesmo residenciais têm atraído investimentos para o segmento de estacionamentos.
Fonte: Valor Econômico (SP), 29 de julho de 2013
NOTA:
O SINDEPARK esclarece que não forneceu as informações contidas no trecho da notícia acima que reproduzimos a seguir:
?Segundo estimativas do Sindicato das Empresas de Garagens, Estacionamentos e de Limpeza e Conservação de Veículos do Estado de São Paulo (Sindpark), em São Paulo, o maior mercado do país, cerca de 25% dos 5 mil estacionamentos não estão totalmente regularizados.?