Parking News

A cidade de São Paulo bateu dia 26, sexta-feira, seu recorde histórico de congestionamento - com 300 km de filas registrados pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). O índice superou, às 19h30, a marca de 295 km de 1º de junho do ano passado, até então a maior desde que a medição passou a ser feita pelo órgão, na década de 1980, destaca a Folha.
Na prática, quase 35% de todas as vias monitoradas pela companhia ficaram travadas -bem acima da média de 23% para esse horário.
O engarrafamento recorde ocorreu apesar do mês de férias escolares, quando a lentidão costuma ser menor.
Ele foi resultado de uma combinação de fatores - incluindo acidentes, chuva e um protesto que fechou a av. Paulista e acabou em vandalismo no começo da noite.
Os 300 km de filas ocorrem num momento em que a gestão Fernando Haddad estuda a ampliação do rodízio de veículos em 240 km de vias de fora do centro expandido.
Segundo a CET, um dos principais motivos do recorde foi um acidente no viaduto Engenheiro Alberto Badra (zona leste), no acesso da avenida Aricanduva, que envolveu três carros e deixou um morto e dois feridos.
O acidente às 14h30 fechou a pista no sentido Itaquera até as 19h20. Teve impacto direto na marginal Tietê, que ficou travada em 21,2 km dos 23,5 km de sua extensão.
Os congestionamentos também foram agravados pela chuva e pelo protesto que fechou a av. Paulista no fim da tarde por uma hora, com cerca de 300 pessoas contra a repressão policial no Rio.
A manifestação, no entanto, teve seu pico só à noite e não era suficiente para explicar a lentidão recorde.
Neste ano, a CET já tinha registrado a terceira maior marca histórica em 12 de junho, com 282 km de filas.
Saturação
Após a onda de protestos de junho que levou à redução da tarifa do transporte coletivo, a prefeitura também acelerou a implantação de faixas exclusivas de ônibus. Neste ano, já foram mais de 80 km.
Horácio Augusto Figueira, mestre em transporte pela USP, diz que a nova marca de engarrafamentos tem, em parte, relação com essas faixas, que, na prática, tiram espaço dos carros. Mas avalia que a estratégia é correta e precisa ser reforçada, em benefício do transporte coletivo.
O urbanista Flamínio Fichmann considera previsível a superação do recorde. A cidade ganhou 174 mil veículos em um ano, totalizando uma frota de 7,5 milhões.
"Quando o tráfego chega muito próximo do limite de capacidade, ele perde elasticidade. O sistema atinge um grau de saturação, e o tráfego tende a crescer quase que exponencialmente."
Mesmo com medidas, índices voltaram a subir
Mesmo com medidas da prefeitura, o trânsito em São Paulo já dava sinais de piora desde o último ano.
Em março de 2010, a marginal Tietê ganhou novas pistas com a promessa de melhora no trânsito da região. Nos últimos meses, a administração municipal implantou faixas exclusivas de ônibus em vias importantes, incluindo trechos das duas marginais.
Estudo feito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) mostra que, apesar de o rodízio - implantado em 1997- ainda ser importante, a medida já se aproxima do esgotamento.
Conforme a Folha mostrou na última terça, diante da piora do trânsito paulistano, a CET já admite a ampliação do rodízio ainda em 2013.
Índices em alta
Apesar de estudo apontar amplo respeito ao rodízio, os índices de congestionamento, após queda em anos anteriores, voltaram a subir no ano passado.
A velocidade média dos veículos nos corredores caiu 12% em relação a 2011. Pela manhã, de 26 km/h para 23 km/h. No pico da tarde, de 17 km/h para 15 km/h.
Fonte: Folha de S. Paulo, 27 de julho de 2013

Categoria: Cidade


Outras matérias da edição


Seja um associado Sindepark