A primeira explicação para a disparada de multas é a difusão de radares, que foram de 508 para 576 em um ano. Não é à toa que, de cada quatro multas, hoje três são aplicadas por equipamentos. O aperto da fiscalização eletrônica não explica tudo, dizem especialistas, para quem houve piora no comportamento de condutores. Eles também reconhecem que a redução do limite de velocidade de 70 km/h para 60 km/h em 69 vias, ainda que favorável à segurança, contribui para elevar as multas. O balanço foi divulgado pela CET no 18º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, realizado no Rio pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). "A estratégia é intensificar a fiscalização por equipamentos e liberar os agentes para orientar", defende Eduardo Macabelli, diretor de operações da empresa.
E a infraestrutura?
Os boletins de ocorrência de acidentes com mortes subiram 5% de janeiro a junho. No último trimestre, a tendência mudou - caíram 5%. Mas os especialistas fazem críticas ao trabalho da CET. A primeira é que a disparada de multas e, portanto, da arrecadação (que atingirá R$ 832 milhões em 2012) ainda não se reflete em melhorias significativas da infraestrutura. Entre as citadas por técnicos há falta de sinalização, câmeras quebradas e apagões de semáforos com chuva.
Motorista que não pagar multa ficará com o "nome sujo"
Quem não pagar multa de trânsito em São Paulo pode ficar com o "nome sujo". A prefeitura está terminando a montagem do sistema eletrônico de envio dos dados dos devedores para os cartórios de protestos. Dos cartórios, as informações serão repassadas automaticamente aos serviços de informação de crédito - SCPC e Serasa. A prefeitura já tem R$ 400 milhões em multas de trânsito inscritas em dívida ativa - primeiro passo antes do encaminhamento para o cartório de protestos. O convênio com os cartórios já foi feito no início deste ano. Desde então, cerca de 200 devedores do município já foram protestados. O que vai mudar até o início de 2012 é que o processamento será eletrônico, portanto mais rápido.
Fonte: Folha de S. Paulo, 28 de outubro de 2011