O portal G1 informa que, de acordo com a pesquisa, desse total, 18.495 são colisões ou choques, número que representa 66,7% dos acidentes. Mas onde está a causa? Nos motoristas. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os fatores comportamentais, como desatenção, imprudência (sem cuidado) e imperícia (sem habilidade), são responsáveis por 50% dos acidentes de trânsito.
Para mostrar os riscos a que os condutores estão expostos todos os dias ao sair de casa, o G1 convidou Roberto Manzini, ex-piloto e diretor do centro de pilotagem que leva o seu nome, para dar uma volta por São Paulo e apontar quais os principais erros cometidos ao volante.
Antes de sair com o carro é fundamental achar uma posição segura para dirigir. "O motorista deve aproveitar todas as regulagens do veículo, como altura do banco, do cinto de segurança e do volante", diz Manzini.
Tudo pronto, é hora de partir. Logo no início do percurso já notamos um vício perigoso: grande parte dos motoristas não dá seta. "É fundamental que o condutor sinalize o que pretende fazer, assim quem vem atrás já começa a se precaver e quem está à frente, no sentido contrário, e até o pedestre têm condições de prever o que vai acontecer."
Alguns quilômetros percorridos e já fomos obrigados a reduzir a velocidade. Segundo Manzini, um dos grandes problemas do fluxo de São Paulo são as paradas desnecessárias. "O motorista tem que acertar a velocidade de acordo com o tráfego e, claro, dentro dos limites estabelecidos. Desta forma, ele evita o anda e para que também aumenta o consumo de combustível, aumenta o cansaço de quem está dirigindo e, consequentemente, aumenta o risco."
Sinal fechado à frente, o melhor a fazer é ir reduzindo a velocidade. "Ao parar o carro o ideal é encostar o máximo para facilitar a passagem das motos", diz o ex-piloto.
Dê preferência
Caso aviste um veículo à frente dando seta, o motorista deve diminuir a velocidade e não acelerar para garantir a sua posição. "Se o carro à frente sinalizar que vai ultrapassar outro veículo, ele já iniciou a manobra, então a preferência é dele", afirma Manzini. "Neste caso, o condutor deve controlar a velocidade, olhar no retrovisor para ver se vem alguém atrás ou ao lado e mudar de faixa, lembrando que é proibido ultrapassar pela direita."
Outro hábito muito comum é andar "colado" ao veículo da frente. "O motorista deve parar em uma distância que caso ele precise sair para esquerda ou para direita ele consiga, sem precisar dar marcha a ré ou fazer qualquer outra manobra", diz o ex-piloto. "Nesta distância, caso o carro da frente resolva parar de repente o veículo consegue frear com segurança".
Manter um bom espaço do carro à frente e uma velocidade compatível com o trânsito também permitem que o motorista enxergue a rua e consiga desviar de buracos sem precisar mudar bruscamente de trajetória.
É preciso estar atento o tempo todo. "Talvez a maior causa de acidentes de trânsito hoje seja o celular", afirma Manzini. "Ao falar no celular enquanto dirige o motorista desvia a atenção e depois que bate não sabe explicar como foi que aconteceu".
Nem depressa, nem devagar
Para os cautelosos demais um alerta: andar muito devagar pode ser tão perigoso quanto dirigir em altas velocidades. "Pelo Código de Trânsito o condutor não pode andar na faixa da esquerda 50% abaixo da velocidade limite, então em uma faixa expressa na qual o limite é 90 km/h, se o motorista andar a 44 km/h está cometendo uma infração de trânsito".
Por outro lado, andar em velocidade acima do limite permitido pode custar a vida. "A maior disputa do motorista é sair e voltar inteiro para casa. Quem consegue isso é o grande vencedor".
Fonte: portal G1, 3 de agosto de 2009