Um motorista usando o celular tem quatro vezes mais chances de provocar um acidente. Essa probabilidade é a mesma para uma pessoa que bebeu e tem 0,8 mg/l de álcool no sangue. Até aparelhos que deixam as mãos livres, como o bluetooth, não eliminam os riscos.
"Gastamos milhões equipando os carros com air bags, melhores freios e pneus para que fiquem mais seguros, mas o número de fatalidades no trânsito permanece constante. Um dos motivos é o aumentou da distração com outros equipamentos dentro dos veículos", analisa David Strayer, professor de psicologia, responsável pela pesquisa de Utah.
A estudante Anne McLaren, de 19 anos, foi uma das voluntárias no simulador. Durante o teste, ela acabou batendo no carro da frente quando mandava mensagem de texto. Entre outros candidatos, muitos perderam a entrada que deveriam pegar e alguns nem viram que tinham passado por ela.
Os motoristas superestimam suas habilidades de serem "multitarefas" ao volante. A maioria dos americanos reconhece o perigo, mas continua usando o telefone, passando mensagens de texto e acessando a internet. Alguns até abrem os laptops e outros aparelhos eletrônicos, transformando o carro em um centro de entretenimento.
Como a legislação difere entre os Estados americanos, pesquisas frequentes ajudam a estimular o debate. Em 2003, um estudo da Universidade de Harvard concluiu que distrações provocadas pelo uso do telefone celular levam a 2.600 mortes no trânsito todo ano, além de 330.000 colisões com ferimentos moderados ou leves.
Fonte: New York Times, 30 de julho de 2009