Defendidos por nove entre dez especialistas em segurança viária, esses aparelhos eram considerados pelos motoristas infratores "armadilhas", instrumentos da alegada "indústria de multas".
No fim de julho, os últimos 13 equipamentos (que poderiam variar a vigilância em 150 endereços) foram colocados em pontos permanentes.
E a nova diretriz é esta: não haverá mais revezamento de fiscalização. Todos seguirão instalados em pontos fixos, que somam hoje mais de 500 - os endereços estão na internet (www.cetsp.com.br).
"O secretário (dos Transportes, Marcelo Branco) falou: vamos acabar com esse negócio de cara pendurado atrás de radar escondidinho", afirma Luiz Alberto dos Reis, coronel da Polícia Militar e diretor administrativo da CET.
Não havia efeito educativo? "É bom para arrecadar", responde Reis, que acrescenta: "A rotatividade tem um lado positivo para a segurança do trânsito. Mas, por outro lado, a administração sempre tomou pancada por isso."
A CET também decidiu retirar as caixas metálicas vazias (sem radares) de avenidas, que davam uma falsa sensação de fiscalização.
Efeito psicológico
Entre 2005 e 2010, a frota subiu 16%, enquanto as multas na capital saltaram 96%.
Especialistas defendiam os radares móveis pelo efeito psicológico nos motoristas. Além de acidentes, eles temem favorecimento a quem só obedece limites de velocidade onde há fiscalização.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 9 de outubro de 2011