"Pra vir de moto de casa até aqui eu levaria uns 50 minutos de ônibus. De moto eu faço em 25, 30 minutos", conta Marcelo Henrique, estudante.
O tempo que se ganha no trânsito pode ser perdido na hora de estacionar a moto. Os bolsões exclusivos são insuficientes. Estão todos lotados e já produzem a fila dupla.
"Há quanto tempo você está esperando aqui neste bolsão por uma vaga?", pergunta o repórter da Band para um motoboy. "Meia hora já", afirma ele.
Alguns que não podem esperar decidem arriscar. Num outro bolsão, por exemplo, onde 70 motos se apertam num espaço de 30 metros, algumas param além do limite. Havia quatro motos paradas de forma irregular. A placa de proibido parar e estacionar deixa claro.
É o que fez o motoboy Pedro de Jesus Bastos, apesar do risco de ter a moto guinchada, ou ser multado em R$ 83,00. "Tem de ser rápido, tem de entrar na galeria ali, fazer o trampo, rapidinho, acelerando", diz.
Optar pelo estacionamento pago também não é fácil. Alguns simplesmente não aceitam e outros inibem a presença delas pelo preço. O repórter mostra um estacionamento que cobra R$ 15,00 a hora do automóvel e R$ 20,00 para motos. "Não é que fica mais caro, é difícil também estabelecer a relação justa entre o preço de uma moto e o preço de um automóvel. A responsabilidade é a mesma, só que os problemas com as motos são muito maiores", explica Helio Cerqueira Junior, vice-presidente de Comunicação da Associação Brasileira de Estacionamentos (Abrapark).
Dessa vez o motoboy Pedro se livrou da multa e do guincho, mas sabe que na próxima entrega pode correr o mesmo risco, se parar em lugar proibido.
Fonte: Jornal da Band, 10 de outubro de 2011