Audi, BMW, Mercedes-Benz (foto), General Motors, Ford, Volvo, entre tantas outras, investem no chamado "downsinzing": motores menores que ganham em desempenho pela "ajudinha" de sistemas de injeção direta de combustível e turbo. A tecnologia vem sendo desenvolvida há não mais de cinco anos, em função da necessidade de diminuir as emissões de CO2 e da redução do consumo de combustível. Agora, torna-se uma realidade sem volta nos veículos de luxo.
"Essa tecnologia tem surpreendido os usuários, porque tinha ficado na cabeça das pessoas que, quanto mais cilindros e volume, melhor o desempenho. Mas hoje o que acontece é uma inversão, as pessoas perceberam que é possível ter o mesmo prazer de dirigir de um motor aspirado, principalmente em torque (força)", diz o diretor de comissões técnicas da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Luso Ventura.
Isso só foi possível com a evolução dos materiais, que resistem mais às cargas térmicas. "Por isso, os motores de oito cilindros, por exemplo, estão sendo substituídos pelos de quatro, de menor volume", reforça Ventura.
Na Europa, já é possível identificar essa mudança em todas as categorias de carros, por causa da demanda por veículos menos poluentes. "Estamos buscando um uso cada vez mais sustentável da tecnologia automotiva, sem abrir mão do conforto e desempenho tão valorizados por nossos clientes", comenta sobre o assunto o diretor de vendas e pós-vendas da Mercedes-Benz do Brasil, Dimitris Psillakis.
O desenvolvimento de motores cada vez mais potentes e com menor consumo de combustível, de acordo com o executivo, também pode ser conferido inclusive em superesportivos da AMG, a marca de performance da Mercedes-Benz.
O que muda no carro
De forma geral, a regulagem do motor é pouco modificada no "downsinzing", segundo Ventura. No entanto, os materiais hoje explorados são diferentes, para complementar os benefícios do turbo e da injeção direta de combustível.
Tecnologia chegará aos populares
Com a evolução da tecnologia e a aplicação em larga escala, a previsão é de que o "downsinzing" invada o mundo dos populares, como já é observado na Europa. Dessa forma, as montadoras conseguem se reposicionar no mercado.
Neste sentido, o Brasil começa a caminhar somente agora, de acordo com o diretor da SAE Brasil. Isso porque o país se concentrou exclusivamente no desenvolvimento de carros flex. "Agora a indústria começa a olhar de lado e já, já terá de trazer coisas nesse sentido, de melhorias energéticas", observa Ventura. Assim, por enquanto, apenas aqueles consumidores com poder aquisitivo para comprar carros importados poderão sentir a nova tecnologia no país.
Fonte: portal G1, 21 de setembro de 2011