Na última década, o ritmo de expansão do metrô foi de apenas 2 km por ano. Para chegar perto do que está prometido, essa velocidade teria quase de quintuplicar daqui até meados da próxima década. Pelo menos três linhas - 6-laranja (34,1 km), 20-rosa (23 km) e Expresso ABC (29,5 km) - devem ser construídas por meio de PPPs (parcerias público-privadas).
Até 2015, o governo prevê R$ 45 bilhões de investimentos no metrô e nos trens da região, dos quais um terço viria de PPPs. O modelo é viável e oportuno - e deveria ser estendido para outras áreas carentes de investimentos na infraestrutura do país. É fundamental, contudo, que o governo paulista intensifique e aprimore a fiscalização dos serviços concedidos. No mesmo momento em que a gestão Geraldo Alckmin anuncia a ampliação das PPPs - a "caça ao tesouro", segundo o vice-governador, Guilherme Afif Domingos -, a experiência mais recente dessa modalidade de parceria na região metropolitana recebe questionamentos. A linha 4-amarela do metrô, operada por um consórcio privado, registrou a segunda falha em uma semana, desde que começou a funcionar em horário completo, das 4h40 à meia-noite, em toda sua extensão. Ajustes são compreensíveis no início, mas o governo deve estar atento para que o serviço oferecido à população mantenha o padrão definido em contrato. O dever de fiscalizar, com advertências e multas, não é objeto de concessão.
Fonte: Folha de S. Paulo, 5 de outubro de 2011