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Depois de um período de melhoras, os congestionamentos do início da noite começaram a piorar na cidade de São Paulo. Isso mostra que as restrições (como a dos caminhões, no ano passado) e obras viárias (entre elas a ampliação da Marginal do Tietê) não estão mais dando conta de aliviar o rush da volta para casa. Em setembro, a taxa de lentidão na faixa das 17h às 20h foi 7% superior ao do mesmo mês em 2010: de 86,2 para 92 km, ressalta o jornal Estado de S. Paulo.
Os dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontam ainda que no horário do auge dos engarrafamentos, às 19h, a piora no trânsito foi mais intensa, de 10%. Em média, nos dias úteis do mês passado, a capital teve 129,7 km de filas no horário, 11,8 km a mais do que em setembro do último ano. Nem mesmo a Avenida dos Bandeirantes, na zona sul, duplamente beneficiada com a abertura do Trecho Sul do Rodoanel e a proibição aos veículos de carga, escapou do aumento na lentidão.
Um mês depois da abertura das novas pistas da Marginal do Tietê e do Trecho Sul do Rodoanel, em abril de 2010, estatísticas da CET mostravam que os congestionamentos haviam caído 28% na cidade. Indicadores também apontavam que, nos primeiros dias de setembro daquele ano - época em que a restrição à circulação de caminhões passou a valer -, os congestionamentos haviam caído 32% em São Paulo na comparação com 2009.
Para a CET, o que explica a recente piora são acidentes e interferências que impactaram "de forma significativa" o trânsito no mês passado. Eles ocorreram nos dois dias em que a lentidão superou os 200 km, em 2 e 30 de setembro. Além disso, segundo a estatal, embora o trânsito tenha aumentado à noite, ao longo do dia as taxas de congestionamento caíram 3% no comparativo, assim como pela manhã.
Contudo, especialistas ouvidos pela reportagem avaliam que as últimas medidas para diminuir a lentidão na cidade vêm perdendo a eficácia. O consultor de tráfego Flamínio Fichmann, ex-técnico da CET, explica que, com o tempo, é natural os níveis de congestionamento voltarem a patamares anteriores aos das intervenções. "Não significa que os investimentos não deveriam ter sido feitos, e sim que a cidade necessita de melhorias permanentes", diz Fichmann.
Já Horácio Augusto Figueira, mestre em Engenharia de Transportes, diz que não adianta seguir construindo mais pistas para carros. "O automóvel, que é predatório, vai tomar conta delas rapidinho. No fundo, todas as obras, seja alargamento da Marginal do Tietê ou construção de pontes estaiadas, foram inúteis. Deveriam ter aplicado mais recursos no transporte público."
Frota
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran) emplacou, entre agosto de 2010 e o mesmo mês neste ano, 223 mil veículos na capital.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 10 de outubro de 2011

Categoria: Geral


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