Chegue mais perto, com a luz, a diferença de cor na pintura aparece. Um alerta que não deve passar em branco. O carro pode ter sido batido.
Boas oficinas usam um equipamento que mede se existe mais camada de massa e tinta do que deveria. A quilometragem que aparece no painel não deve servir de referência.
Tanto os odômetros analógicos como os digitais podem ser adulterados. Os mecânicos alertam que é mais fácil alterar a quilometragem dos mais modernos, basta ter um computador na oficina.
Para o futuro comprador saber se o carro está muito rodado, ele precisa prestar atenção nos detalhes:
- Comece pelo estado dos pedais, o desgaste do uso está lá, bem à vista;
- O volante também entrega, se ele está surrado, o carro pode ter quilometragem alta;
- O mecânico Adolfo Masson alerta para não aceitar a desculpa de que a dona do carro era mulher, usava creme nas mãos, estragou o couro.
"Isso não tem fundamento. Isso passa por teste nas fábricas. Testes de temperatura, umidade, produto químico."
Parado, o pneu não canta, mas fala. "Se ele desgasta só por dentro ou por fora, é sinal que tem problema na suspensão. O alinhamento ou alguma peça gasta."
Suspensão com problema é ruim também para os ouvidos. Na hora da compra faça sempre o test-drive e escolha você o caminho. Escolha ruas esburacadas, com trepidações. Não tem suspensão com defeito que resista ao teste.
Entretanto, tem defeitos que você não ouve e nem vê assim tão fácil. O óleo, muito grosso, é um truque para deixar o motor macio e mascarar folga entre as peças.
Fica a última dica: não decida pela compra do possante sozinho. "Procure seu mecânico de confiança e peça para ele olhar e dar o veredicto."
Fonte: Jornal Hoje, 30 de janeiro de 2010