O bairro de Pinheiros, na zona oeste, concentra a maior parte dessa nova modalidade de oferta. Só no entorno da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em ruas como Ferreira de Araújo e Padre Carvalho, há quatro locais (equipados com paraciclo) para parar a bicicleta que garantem mimos.
Nos dias mais quentes, as melhores opções por ali talvez sejam o restaurante Chácara Santa Cecília e a doceria Bolo à Toa. Os ciclistas que os escolherem ganham, de graça, um suco natural e uma garrafinha de água gelada, respectivamente. E, se a ideia é dar um toque litorâneo, a partir de amanhã o bar Pirajá recepcionará os pedaleiros com um copo de mate - que promete ser parecido ao das praias cariocas.
Para chamar ainda mais a atenção para seu "estacionamento" gratuito de bicicletas, o bar convidou o artista Ygor Marotta, que fez uma intervenção no muro atrás dos paraciclos.
Negócio
Os paraciclos desses estabelecimentos têm algo em comum. Foram instalados por uma empresa especializada em fomentar serviços para ciclistas, a Ciclomídia. Cada uma das estruturas de metal destinadas às magrelas e instaladas na faixa de serviço da calçada - a mesma onde há orelhões e postes - custa R$ 350, pagos pelos donos dos bares e restaurantes.
"Muito comerciante não percebeu que os ciclistas são bons consumidores. Fazer essas promoções, além de oferecer um lugar para deixar a bicicleta, ajuda a cativá-los", explica o empresário Eduardo Grigoletto, dono da marca. Ele garante que os paraciclos no passeio público são permitidos, já que integram o mobiliário urbano. Os participantes recebem uma placa de "bike point", ou seja, amigável para quem anda de bicicleta.
O bistrô Le Repas, em Pinheiros, montou um paraciclo em novembro. Cliente do local, a sommelier Karen Ferrari ganha uma salada de folhas frescas toda vez em que chega lá de bike. "Já tinha visto isso em Paris e Amsterdã."
A poucas quadras dali, a Chácara Santa Cecília dá um suco de 330 ml para quem aparece de bicicleta. O dono, Gustavo Badue, espera que o movimento nos dois paraciclos do restaurante, colocados em janeiro, cresça após o fim da obra no Largo da Batata. "Hoje o trajeto ainda está um pouco difícil."
O músico Amoy Ribas costuma ir à creperia Central das Artes, em Perdizes, na zona oeste, que dá 10% de desconto para ciclistas. "Óbvio que a melhor coisa para quem anda de bike é uma cidade com vias adequadas, mas creio que iniciativas assim ajudam a incentivar o uso e o respeito pela bicicleta."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 17 de fevereiro de 2013