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A fiscalização da lei seca no carnaval deste ano retirou um número recorde de motoristas embriagados das estradas paulistas: 749 pessoas, entre multados e presos por crime de trânsito. Como resultado das blitze, que fiscalizaram até motoristas sob efeito de drogas, muitos paulistanos mudaram os hábitos neste ano. Deixaram o automóvel em casa e curtiram a folia de táxi ou de metrô. E o número de mortos e feridos nas rodovias caiu: 13% e 57%, respectivamente, informa O Estado.
A cantora Zá Coelho é um exemplo desse novo comportamento: durante o carnaval, ela saiu com o namorado só de táxi. "Antes, tinha a consciência de que estava fazendo algo que não era certo, mas agora a coisa mudou. É mais seguro ir de táxi. E o preço dos estacionamentos faz a viagem de táxi valer a pena."
Já a estudante Jéssica Rodrigues conta que desde o começo do ano seu grupo de amigos já tem ido para a balada só de táxi. "A gente junta um grupo e divide a corrida." Além de punições mais severas e do aumento da fiscalização, ela afirma que a mudança também se deu por conscientização. "Sou contra dirigir após beber", garante. "Além disso, tem o fato de poder ir para a cadeia."
O aumento do risco da prisão (de 6 meses a 3 anos) é resultado de dois fatores: as mudanças na lei seca aprovadas pelo Congresso Nacional no fim do ano passado e a edição de uma portaria do Conselho Nacional de Trânsito, há duas semanas, que estabeleceu tolerância zero para a aplicação de multas e limite de 0,34 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões para prisão.
Outro motivo para a redução das mortes foi a fiscalização severa. No carnaval do ano passado, as blitze da Polícia Militar pararam 2,5 mil veículos. No carnaval deste ano, foram 7,5 mil. O total de multas aplicadas para quem dirigiu sob efeito de álcool cresceu de 214 para 611 (185%). A multa, de R$ 1.915,40, é aplicada a quem apresenta resultado do bafômetro entre 0,05 mg e 0,34 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões.
O total de presos passou de 46 para 138 (200%) - um deles foi por dirigir sob efeito de droga. Quando o motorista é flagrado com nível acima de 0,34 mg, ele é levado à delegacia e só pode ser liberado após pagamento de fiança. Também perde o direito de dirigir por um ano e tem de pagar a multa.
Mortes
O balanço da fiscalização do trânsito no carnaval foi divulgado pelo governador Geraldo Alckmin - que chegou até a participar de uma blitz na sexta-feira de carnaval. O Estado quer emplacar um novo modelo de fiscalização em São Paulo e o carnaval foi o piloto do programa.
Em 2013, foram 27 mortes nas rodovias paulistas. Em 2012, 31. O número do carnaval deste ano, no entanto, ainda é maior do que o registrado no carnaval de 2011, quando morreram 24 pessoas. Já entre os feridos, o total passou de 1.077, no ano passado, para 445 neste ano. Um recorde histórico, segundo a Polícia Militar.
As operações policiais no Estado tiveram 300 aparelhos de bafômetro. Durante os bloqueios montados nas rodovias e dentro das cidades, foram apreendidas 561 carteiras de habilitação, ante 244 no ano passado.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 14 de fevereiro de 2013

Categoria: Geral


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