De acordo com a pesquisa Focus do BC, divulgada dia 13, a previsão para o IPCA de 2013 subiu pela sexta semana consecutiva e está agora em 5,71%. A meta de inflação é de 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Para 2014, a projeção foi mantida em 5,5%. Também foram revistas para cima as projeções para o IPCA nos próximos 12 meses, para o IGP-DI deste ano e para o IGP-M de 2013 e 2014.
A pesquisa mostrou ainda que, entre os economistas com maior porcentual de acerto no levantamento, a previsão é de um IPCA de 5,7% neste ano e de 6,5% no próximo, valor que está no limite da meta.
Em janeiro, o índice ficou em 0,86%, a maior variação para o mês em dez anos, o que elevou a taxa anual para 6,15%.
A alta poderia ser ainda maior, se o governo federal não tivesse negociado com prefeitos a postergação do reajuste dos transportes urbanos. Também foi adiado, para fevereiro, o aumento dos combustíveis.
A piora nas estimativas para os preços foi acompanhada de uma expectativa de que o BC volte a elevar a taxa básica de juros (Selic) em janeiro de 2014. Antes, a estimativa era de alta em fevereiro.
Apesar da antecipação, o mercado ainda vê uma taxa nos atuais 7,25% até o fim deste ano e uma alta para 8,25% ao ano no fim de 2014.
PIB
A previsão de crescimento da economia brasileira em 2013 recuou de 3,1% para 3,09%. Para 2014, subiu de 3,70% para 3,80%. A projeção para o crescimento do setor industrial neste ano caiu de 3,17% para 3,10%. Para 2014, espera-se uma aceleração, para 3,70%, mesma projeção da pesquisa anterior.
Felipe Queiroz, economista da Austin Asis, projeta um crescimento mais forte da economia brasileira, de 3,7% e 4,3%, respectivamente, neste e no próximo ano. Também avalia que esse ritmo mais acelerado vai levar a um aumento maior dos juros, que deverá começar já no segundo semestre de 2013.
"Acreditamos que a Selic deve encerrar 2013 em 8,75%, diferente do que aposta a maior parte do mercado", afirmou. "Para 2014, projetamos chegar a uma taxa de 9,5% ao ano, motivado por um nível de atividade mais robusto, não só pelo mercado doméstico, mas também no cenário externo, com Estados Unidos e Europa em um processo de recuperação mais consistente da economia."
Em relação ao dólar, a projeção dos analistas consultados na pesquisa do BC para a taxa de câmbio no final de 2013 recuou de R$ 2,05 para R$ 2,03. Quatro semanas antes estava em R$ 2,07. Para o fim de 2014, caiu de R$ 2,07 para R$ 2,05. Para o fim de fevereiro e março, a estimativa está em R$ 2.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 14 de fevereiro de 2013