A produção de 279 mil unidades cresceu 8%, em relação a dezembro, e 32%, comparada à de janeiro de 2012 - o que se deve, em parte, à fabricação de veículos pesados, como caminhões, recuperando-se da baixa do início de 2012.
Números tão positivos devem-se à retomada do crédito, mais restrito em 2011 e 2012, em razão do aumento da inadimplência. O crédito move a atividade, pois, entre carros novos e usados, são financiados anualmente cerca de 7 milhões ao ano. Mas os dados de janeiro também se devem às boas condições oferecidas aos consumidores pelas revendedoras, que conseguiram dar uma sobrevida aos descontos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), válidos até dezembro. Só a partir de agora serão conhecidos os efeitos dos aumentos dos preços de tabela sugeridos.
O crescimento do setor automobilístico tem aspectos positivos, como a demanda de mão de obra qualificada e o emprego de 151 mil funcionários. Uma prática usual, o regime de férias coletivas vem sendo pouco usado, por causa do ritmo forte da atividade.
Dada a ociosidade da indústria automobilística no mundo, não é estranho que as exportações tenham caído de US$ 16,2 bilhões, em 2011, para US$ 14,6 bilhões, no ano passado, com tendência de baixa.
O otimismo do setor, no entanto, parece um pouco exagerado. Nos últimos 12 meses, até janeiro, 3,85 milhões de veículos foram licenciados no País e a meta é vender quase 4 milhões de unidades neste ano.
A indústria automobilística é, de fato, uma das "favoritas" do governo. Mas não há por que acreditar que a política de incentivos oficiais para o setor seja a melhor possível. Melhor mesmo seria estimular toda a indústria.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 14 de fevereiro de 2013