A pesquisa realizada pela AutoInforme mostra que a inflação do carro subiu 7,86% em 2011, o que inclui custos e preços dos serviços básicos para manter um veículo, como limpeza, impostos para uso e peças de reposição. Para o estacionamento mensalista, a alta foi de 12,66%. Já para o serviço avulso, com duas horas de estacionamento, o aumento no ano passado chegou a 14,50%. O presidente do Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo (Sindepark), Marcelo Gait, explica que o aumento do preço desse serviço deve-se, além do mercado imobiliário, à demanda por vagas com o aumento do número de carros nas ruas de São Paulo. "Somos inquilinos dos terrenos e prédios. Se o aluguel aumenta, temos que repassar de alguma forma." Outro fator que contribui com a elevação dos preços é o reajuste dos salários dos trabalhadores, que é feito em setembro, mês de data-base dos manobristas e empregados pelas empresas de estacionamento e garagens do Estado de São Paulo.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Estacionamentos (Seeg), o reajuste em 2011 foi de 8,9%. "Para este ano vamos pleitear novo aumento que fique acima da inflação do período", diz Francisco Antonio da Silva, presidente da entidade. No entanto, Silva conta que os salários dos empregados não são o maior custo dos estacionamentos. "O piso de um manobrista e caixa é de R$ 889,47. Não é o que encarece. Os proprietários e empresas sempre reclamam de aluguel e impostos, que acabam pesando muito mais", argumenta.
O coordenador do IPC-Fipe, Rafael Costa Lima, explica que os serviços têm subido acima da inflação, no geral. "É difícil precisar quanto deve subir esse item, mas deve ficar acima da inflação, até pelo aumento de demanda, proporcionado pelo aumento de renda dos consumidores", afirma ele. Para 2012, a projeção para o indicador é de 5,3%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou aumento de preço de 9,85% para o serviço de estacionamento na Região Metropolitana de São Paulo no ano passado. Nesse mesmo período, a inflação subiu 6,49%. Para o diretor de fiscalização do Procon-SP, Renan Ferraciolli, em caso de aumento acima da inflação, o consumidor deve questionar a empresa. "É como a alta da mensalidade escolar. Se houve aumento, quem paga quer saber por quê. E deve fazer o mesmo com o estacionamento", diz.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 11 de janeiro de 2012