O empresário conta ainda que antes de fechar o negócio ele já havia sofrido assédio de diversas outras incorporadoras. E este tipo de negócio não foi um caso isolado no mercado atual da construção civil. O alto número de lançamentos e a ausência de terrenos habilitados para grandes construções são alguns dos problemas enfrentados pelas incorporadoras em todas as capitais do País. "Esta prática começou em 2008, e a tendência é que se intensifique em 2012, uma vez que terrenos em grandes capitais estão cada vez mais raros", afirmou Valéria Mendonça Goes, professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Paulo.
A professora afirma ainda que o valor oferecido hoje pelos terrenos é pelo menos quatro vezes maior que há três anos: enquanto em 2008 o preço do metro quadrado da área de um estacionamento não chegava a R$ 1 mil, atualmente a proposta pode ultrapassar facilmente R$ 4 mil por metro quadrado em algumas capitais. "Os arredores das grandes capitais também são uma aposta interessante para busca de terrenos", finaliza.
José Leite Santos, diretor de Vendas da construtora paranaense Vértis, garante que este é o momento de comprar. "Como a oferta de terrenos está bastante reduzida, estes terrenos têm se valorizado cada vez mais. Por isso a disputa entre as construtoras está muito grande. No Paraná já chegamos a pagar mais de R$ 4 mil o metro quadrado, porque essas são grandes chances de encontrar bons lugares."
Prédios comerciais
A professora da USP explica que um dos principais motivos para o impulso das incorporadoras em estacionamentos também é voltado para os prédios comerciais. "Muitas vezes os estacionamentos caracterizam o único terreno vazio de um centro comercial na cidade, eis uma oportunidade única", diz Góes. Essa baixa oferta de empreendimentos, porém, tem hora para acabar, segundo a acadêmica. "Hoje encontrar estacionamentos disponíveis para venda em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba já é difícil. Acredito que em dois anos a oferta já seja rara", detalha.
Fonte: jornal DCI (SP), 26 de dezembro de 2011