Para diminuir a distância entre essas duas realidades, a CPTM começa a implementar em 2012 o seu maior plano de ampliação e modernização desde que foi fundada, em maio de 1992. Até 2020, a companhia pretende construir mais duas linhas, com ao menos seis paradas no total, e outras dez estações nas linhas já existentes.
Isso sem contar as reformas que precisam ser feitas nas plataformas atuais. A CPTM promete ter as 89 estações acessíveis até 2014 - atualmente, são 37, com mais nove em obras e outras três em licitação para contratação das obras, que devem começar no ano que vem.
Além disso, o sistema está passando por obras de infraestrutura e modernização, para diminuir o tempo médio entre os trens dos atuais seis minutos para três minutos de intervalo - o que daria o várias vezes prometido "padrão de metrô" aos trens.
Técnicos da companhia comparam os serviços que têm de ser feitos com "trocar um pneu com o carro em movimento". O que faz sentido, se for pensada a velocidade com que a rede ganha usuários. Em 2005, a CPTM transportava menos da metade dos passageiros de hoje, 1,3 milhão de pessoas por dia.
Mais gente
O "boom" de passageiros tem três explicações: primeiro, a queda do desemprego da última década fez mais gente usar os trens para ir ao trabalho. Segundo, a integração tarifária com metrô e ônibus, o que tornou o sistema mais atrativo. O terceiro é o aumento das estações com baldeação, especialmente no metrô, que deixa a viagem mais rápida - e atrativa.
Quem utiliza a rede vê algumas melhorias, especialmente na qualidade dos trens, ainda mais quando se leva em conta a comparação do serviço de hoje com o do começo da década passada. Mas reclama da superlotação, cada vez maior.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 27 de dezembro de 2011