Parking News

A vida de pedestres e ciclistas não é nada fácil em São Paulo. Mas passar de um lado para o outro dos Rios Pinheiros e Tietê a pé ou de bicicleta é um desafio ainda mais perigoso. Isso porque as pontes seguem o perfil da cidade: foram feitas para veículos. E os bairros ficam incomunicáveis a pé. Atravessá-las sem estar motorizado significa correr em alças de acesso para não ser atropelado, pular muretas e enfrentar calçadas quebradas e mato. O jornal Estado de S. Paulo visitou 21 pontes sobre os Rios Pinheiros e Tietê - só ficaram fora do levantamento as que levam a estradas - e constatou que há perigos e obstáculos em todas. Apenas uma, a do Morumbi, possui uma passarela ao fim da ponte que permite ao pedestre atravessar sem brigar com os carros.
Nas demais, tem sorte quem encontra uma faixa de pedestres - existem em todas as alças de apenas quatro das pontes - Pinheiros, Cidade Universitária, Eusébio Matoso e Cruzeiro do Sul. Algumas têm paradas de ônibus, como a da Ponte do Limão, onde os passageiros correm dos ônibus. Nenhuma tem semáforo ou ciclovia.
A Ponte João Dias é um exemplo de como o pedestre fica em segundo plano. São ao menos dois cruzamentos sem faixas de pedestres para acessar a ponte no sentido Santo Amaro. Também na zona sul, o mais recente cartão-postal da cidade, a ponte estaiada - Octavio Frias de Oliveira - não tem passagem para pedestres. Essa, porém, não liga bairros, mas sim a própria Marginal à Avenida Roberto Marinho.
Das 12 pontes da Marginal do Tietê, somente a da Cruzeiro do Sul possui faixa de pedestre e placas informando ao motorista sobre a travessia. A ponte tem as calçadas bem movimentadas por ligar a Rodoviária do Tietê e a estação do Metrô, do lado de Santana, ao Shopping D, no sentido centro da Marginal. Quem precisa andar por ali, acha a medida insuficiente.
CET
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a inexistência de faixas para travessia de pedestres nas alças de pontes se deve ao fato de serem vias expressas, onde não é recomendada a circulação de pessoas. A companhia afirmou ainda que adota sinalização nos locais onde a demanda de pedestres é concentrada e significativa, como na Cidade Universitária (sentido Interlagos) e na Ponte João Dias (mesmo sentido).
Segundo a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, está em execução um plano de recuperação de pontes e viadutos. No entanto, na capital não existe nenhum plano em andamento para facilitar o acesso de pedestres nas pontes. Resta ao paulistano que quer sair de um bairro e ir a outro - cruzando um rio - ir sobre rodas e contribuir sensivelmente para o trânsito.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 14 de março de 2011

Categoria: Geral


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