Parking News

Quinta-feira, 22h. Na Praça Nossa Senhora da Paz, uma das mais movimentadas de Ipanema, dezenas de motoristas disputam uma vaga de estacionamento. E, em torno das casas noturnas que garantem o movimento do lugar, ao menos seis homens disputam a atenção de quem quer parar naquela área. Eles abordam e orientam os motoristas a estacionarem - nem sempre em locais permitidos - e cobram pelo serviço. No ar, há sempre uma ameaça: "Pô, doutor. Deixa uma "pele" que a gente fica de olho", disse Paulo Roberto Cabral de Souza, a um policial infiltrado. Fingindo não entender o termo, o investigador indaga: "Pele?" Paulo explica: "R$ 5 está bom. E ninguém mexe no carro".
De acordo com o delegado titular da 14ª DP (Leblon), Fernando Veloso, cuja equipe de investigadores vem acompanhando a ação dos flanelinhas nas ruas do bairro, Paulo é o cabeça de um dos grupos de guardadores ilegais que dominam as vagas do Rio Rotativo. Eles atuam depois que os funcionários da Embrapark deixam o local e chegam a cobrar até R$ 50 dos motoristas. Na última semana, no entanto, uma operação da 14ª fez com que Paulo e outros quatro flanelinhas interrompessem a noite de lucros. Depois de dias de gravação que mostram o assédio dos flanelinhas aos motoristas, 15 policiais os levaram para a delegacia e, com o apoio da Guarda Municipal e da Secretaria Especial da Ordem Pública, rebocaram um dos veículos estacionado irregularmente.
"A nossa ideia é mostrar que eles não agem isoladamente. Os flanelinhas combinam entre si e, muitas vezes, há o apoio de policiais corruptos. Fincam raízes e criam até milícias urbanas", disse Veloso.
No episódio de quinta-feira, após a ação da polícia, os frequentadores de casas noturnas, entre espanto e curiosidade, comemoraram a operação. Nenhum deles, entretanto, cogitou a hipótese de ir à delegacia para denunciar os guardadores. Apenas um casal de jovens foi à delegacia, mesmo assim porque teve o seu veículo, que estava sobre a calçada, rebocado.
De acordo com o delegado Veloso, a ausência de depoimentos que incriminem os flanelinhas é a maior dificuldade da polícia para resolver o problema e, nesse caso, foi crucial para o resultado final da operação: depois de dias de trabalho e de horas de gravação, todos foram soltos após serem autuados por exercício ilegal de profissão, uma contravenção.
Fonte: jornal O Globo (RJ), 31 de outubro de 2010

Categoria: Geral


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