As placas encobertas por graxa não evitaram que o caminhoneiro Michel Francisco Mariano da Rosa, de 23 anos, fosse multado. Após chamado da CET, ele foi detido por uma das equipes do CPTran. "Não posso parar de trabalhar. Descarreguei blocos de cerâmica em Paraisópolis e preciso voltar para minha cidade (Tatuí, no interior do Estado). Faltam alternativas para quem precisa circular no bairro (Morumbi)." Rosa acabou escoltado até a Rodovia Raposo Tavares.
De acordo com o capitão Eliel Ponttirolli, comandante da 2ª Companhia, além de multar, os policiais estão orientando os motoristas a circular por rotas alternativas, como o Trecho Sul do Rodoanel e as Estradas de Itapecerica e do Campo Limpo. "Não temos interesse em punir. Queremos conscientizar os motoristas e orientá-los."
A multa é de R$ 85,12 e rende quatro pontos na carteira de habilitação. "Isso tem um efeito muito maior do que o valor cobrado. O receio de perder a carteira é mais efetivo. O trabalho em conjunto, com policiais abordando motoristas, também. O caminhoneiro vê o colega sendo parado e fica com receio de furar a restrição", afirma Ponttirolli.
Além da reclamação pela falta de rotas alternativas, os caminhoneiros abordados pela PM também questionavam a sinalização. "As únicas placas falando da restrição estão nas ruas em que é proibido passar. Aí, não adianta mais. Seremos multados. A CET tem de avisar antes", lamentou o caminhoneiro Makoto Mahushi.
Por meio de nota à imprensa, a CET informou que 1.120 placas de sinalização foram espalhadas pela região. A restrição de caminhões no Morumbi foi anunciada há aproximadamente um mês. Mas só dia 29 de outubro os agentes de trânsito começaram a multar.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 30 de outubro de 2010