Já neste ano, levando em conta apenas os meses entre janeiro e setembro, foram 138 mil testes, com 1.166 motoristas acima dos níveis máximos tolerados. Traduzindo: oito bêbados para cada mil testes feitos.
Por outro lado, está em queda o número de motoristas que bebem moderadamente (mas ainda assim acima do tolerado pela lei seca) e dirigem. O total de flagrantes de infrações de trânsito (quando o nível de álcool é menor do que 6 decigramas) está em queda. No ano passado, foram 27 autuações para cada mil testes. Em 2011, até agora, são 23 ocorrências em cada mil.
Justificativa
Especialistas em segurança do trânsito são receosos ao afirmar que as pessoas estão bebendo mais. Para eles, a Polícia Militar está focando suas ações em locais onde as chances de encontrar bêbados são maiores. Mas a PM diz que tem atuado com as mesmas técnicas que utiliza desde 2008, quando a lei seca entrou em vigor.
Já o médico Mauro Augusto Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Medicina do Trânsito (Abramet), diz que os policiais podem estar fazendo abordagens direcionadas - quando o PM opta por fazer o teste em motoristas que já apresentam sinais de embriaguez.
In loco
A reportagem do Estado acompanhou uma blitz ocorrida dia 21 de outubro na zona oeste da cidade. E notou que nenhuma das explicações justifica, solitariamente, o crescimento dos números.
O capitão Paulo Oliveira, do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), diz que a PM não fez mudanças. Nem nos locais onde são feitas as blitze nem na forma de parar os veículos. "Nós não sabemos por que estão sendo feitos mais flagrantes. Mas eles estão crescendo, sim." Em média, no ano passado, eram 13 mil testes feitos por mês. Neste ano, a média está em 15 mil.
As blitze vão durar, agora, até as 6 horas (anteriormente, eram encerradas por volta das 4 horas). Segundo o capitão Sérgio Marques, porta-voz da Polícia Militar, por enquanto as blitze até as 6 horas serão feitas somente às sextas e aos sábados. Mas a corporação estuda a possibilidade de as ações acontecerem também às quintas-feiras.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 23 de outubro de 2011