No México, um carro novo pode ser considerado barato em relação ao Brasil. Um subcompacto completo chega ao consumidor mexicano pelo equivalente a US$ 15.000, ao passo que no Brasil, onde o custo de financiamento também é mais elevado, o mesmo veículo é vendido pelo equivalente a quase US$ 30.000.
Guillermo Rosales, da Associação Mexicana de Distribuidores de Automóveis, diz que a matemática parece favorecer os mexicanos, cuja renda per capita é similar à do brasileiro. No entanto, uma observação mais a fundo expõe grandes diferenças entre os dois países: enquanto o México é inundado por carros usados baratos vindos dos Estados Unidos, a expansão da economia brasileira, ao contrário da mexicana, não está tão atrelada ao ciclo econômico norte-americano.
"O Brasil vive hoje um momento parecido com o vivido pelo México nas décadas de 1960 e 1970, com expectativa de bonança econômica e a população mais pobre passando à classe média, com um melhor relacionamento entre governo, iniciativa privada e sociedade", avalia ele. O México, diz Rosales, "atravessa um acentuado pessimismo econômico".
Além disso, a disponibilidade de veículos importados de segunda mão oriundos dos EUA distorce o mercado de carros novos do México, pois deprime as vendas de carros usados e dificulta para os donos de carros a venda de seus veículos a um preço razoável, dizem fontes na indústria automobilística mexicana.
Fonte: Agência Estado, 17 de outubro de 2011