Em números absolutos, o total de motoqueiros mortos em acidentes na capital subiu de 351 para 389. Já o número de atropelamentos caiu de 495 para 466, redução de 5%; e o registro de mortes em acidentes de carro foi reduzido de 124 ocorrências para 118, ou 4% a menos.
As reduções podem ser atribuídas a dois fatores: o Programa de Proteção ao Pedestre, conjunto de ações educativas e de aumento da fiscalização sobre a travessia da faixa adotado desde março do ano passado, e a política da Prefeitura de reduzir a velocidade máxima permitida nos principais cruzamentos de São Paulo.
Somando todas as mortes causadas pelo trânsito na cidade, também entre janeiro e setembro, São Paulo apresentou redução de 4% nas mortes: foram de 1.096, em 2010, para 1.050, em 2011 - o que mostra que o trânsito caótico da cidade ainda mata cerca de quatro pessoas todos os dias.
Década
Comparando os dados do ano passado com os de 2002 - dado mais antigo disponível -, é possível observar que o número de motoqueiros mortos em acidentes mais do que quadruplicou: nos nove primeiros meses de 2002 foram 75 casos. O aumento, na comparação com o ano passado, é de 418%. Vale destacar que o número de pedestres mortos por atropelamento enfrenta movimento contrário: na última década, a redução foi de 16% no número de casos.
Prefeitura
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) argumentou, em nota, que as mortes de motoqueiros estão em alta porque há mais motos em circulação. "O aumento do número de acidentes com vítimas, envolvendo motocicletas, pode ser explicado pelo crescimento da frota (de 77% entre 2005/2010), à fragilização do condutor em razão das características próprias desse veículo e à circulação da motocicleta entre os outros veículos de maior porte e em velocidade diferenciada", diz o texto.
Como forma de comparação, no período citado pela companhia, as mortes aumentaram 46%, menos do que a frota.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 20 de abril de 2012