A situação é pior para quem depende do ônibus. O morador do Grande ABC passa uma hora e 48 minutos por dia nos coletivos. Os habitantes de Mauá são os que ficam mais tempo nas ruas. São uma hora e 58 minutos nos ônibus e uma hora e 12 minutos nos automóveis por dia.
Com uma frota estimada em mais de 1 milhão de motos e carros, o Grande ABC tem um trânsito cada vez mais problemático. Dois anos atrás, havia 140 mil veículos a menos nas ruas e avenidas da região, segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).
Especialistas acreditam que o trânsito em excesso tem a ver com a falta de planejamento das cidades e a ausência de investimentos mais consistentes no transporte coletivo.
"As cidades cresceram de forma desordenada. As pessoas moram longe do trabalho", afirma o engenheiro civil Flávio Tatit, do Instituto Mauá de Tecnologia. "Outro problema é a falta de investimento no transporte coletivo de 30 anos para cá", diz.
A opinião é compartilhada pelo especialista em transportes Creso Peixoto, engenheiro civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana). "Enquanto o cidadão não tiver uma boa alternativa, vai continuar tirando o carro da garagem", opina o professor Creso.
Fonte: Diário do Grande ABC (SP), 20 de setembro de 2009