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Sem que nada tenha sido anunciado ou admitido oficialmente, a cidade de São Paulo começou a seguir diretrizes favoráveis a um futuro pedágio urbano e já mobiliza interessados nesse mercado bilionário, revela a Folha de S. Paulo. O cenário para uma eventual cobrança nos próximos anos envolve ações de preparação da infra-estrutura e para atenuar a resistência à taxação do carro, como, por exemplo, a cobrança de tarifa para rodar no trecho Oeste do Rodoanel e a instalação de chips em toda a frota paulistana - que permitem a identificação automática dos veículos.
A articulação de grupos privados atraídos para a possível lucratividade de um pedágio urbano não é mais mistério. A CCR, concessionária de rodovias, manifesta-se interessada em um projeto do tipo na capital paulista. O grupo destaca há mais de dois anos seus executivos para avaliar os sistemas existentes pelo mundo. "O pedágio no Rodoanel é um modelo mais próximo que a gente tem hoje de um início de cobrança em um trecho bastante urbano", afirma Harald Zwetkoff, gerente de novos negócios da CCR, que venceu a concessão para cobrar uma tarifa de R$ 1,17 no trecho Oeste. "O tráfego urbano é um mercado a ser desenvolvido", diz.
A proposta de pedágio urbano na marginal Tietê ou para entrar no centro é rejeitada por até 74% da população, conforme pesquisa do Datafolha. Mas, implantada em lugares como Londres e Estocolmo, virou atração crescente tanto de técnicos como de administradores de estradas - a ponto de ser destaque de um evento da IBTTA (associação internacional de concessionárias de rodovias com pedágio) acompanhado pela Folha na última semana em Buenos Aires. Em São Paulo, a principal crítica à medida está ligada à própria deficiência do transporte público da cidade para que seja opção ao automóvel.
Fonte: Folha de S. Paulo (SP), 8 de abril de 2008

Categoria: Fique por Dentro


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