Parking News

O estacionamento do aeroporto de Guarulhos (Grande São Paulo) passou do limite. No maior campo para pousos e decolagens do País, faltam vagas para parar o carro durante a manhã e no final da tarde. Cerca de 3.500 veículos espremem-se em um espaço destinado a 3.000. Para isso, os automóveis ocupam todos os vazios, até calçadas e o canteiro gramado, constata reportagem da Folha. Placas de "proibido estacionar" são ignoradas - dia 16 de julho, veículos bloqueavam um retorno. Pela manhã, o advogado Lauremiro Vasconcelos ficou rodando por 20 minutos atrás de uma vaga. "É um absurdo ficar tão lotado", queixava-se.
Os funcionários não impedem os motoristas de pararem nas vagas improvisadas - como não se trata de via pública, não há irregularidade, por mais que as alternativas causem desconforto. "Se alguém diz que tem que correr senão perde o voo, vou fazer o quê?", justificava um funcionário. A cada ano, há mais gente nessa correria. O movimento de passageiros no aeroporto de Cumbica cresceu 83% entre 2002 e 2009.
Parou tudo
No último feriado de 9 de julho, não havia mais onde improvisar, e o estacionamento bloqueou a entrada. A administradora do estacionamento fez então um comboio até o terminal de cargas, onde é possível parar 600 veículos.
A Infraero (estatal responsável pelos aeroportos) afirma direcionar o motorista para o local nos horários de mais movimento. A estatal atrasou um projeto para a construção de um edifício garagem com mais 4.000 vagas no aeroporto. A concorrência para contratar a construtora deveria ter sido lançada em 2009. Foi preciso, diz a Infraero, refazer o projeto, pois o terreno onde o edifício seria erguido será utilizado pelo Expresso Aeroporto, trem previsto pela CPTM que ligará o terminal ao centro de SP. Nova concorrência para desenvolver o projeto será lançada ainda neste ano. Estudo apresentado pelo SNEA (sindicato das empresas aéreas) no ano passado mostrava que 9 de 15 aeroportos em cidades-sede da Copa apresentavam problemas de estrutura, entre as quais falta de vagas para estacionar. Guarulhos era o de situação mais crítica. "O passageiro vai de carro só em último caso, porque sabe que é difícil estacionar", diz Ronaldo Jenkins, diretor do sindicato.
Fonte: Folha de S. Paulo, 17 de julho de 2010

Categoria: Mercado


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