Quando, onde e por que vai acontecer o pior? O medo anda sempre junto com os motoqueiros.
O soldado Carlos Eduardo sabe disso. Ele é um bombeiro que também trabalha sobre duas rodas. "Com a motocicleta, a gente chega muito mais rápido do que com a viatura de resgate. Então, foi criado para chegar e dar os primeiros atendimentos até uma unidade de resgate chegar", explica. Eles trabalham em dupla e levam na mochila material de primeiros socorros. Às vezes, só mesmo pela calçada para seguir em frente.
O Globo Repórter acompanhou o soldado Carlos Eduardo e chegou a um acidente de trânsito. O motoboy estava caído no asfalto. Tentou passar entre um carro e um ônibus e não deu. "Ele bateu em mim e saiu rolando. Passou uns três dedos da roda do ônibus a cabeça do rapaz", conta o motorista do carro, Paulo Beraldo.
"É chocante. A gente fica com um sentimento culposo, mas fazer o quê? Acabou com meu dia hoje", declara o motorista do ônibus Avelino de Jesus.
"Eles têm muita pressa, só querem saber de chegar e não se preocupam com a própria vida deles. Essa é nossa rotina: socorrer motoqueiros todos os dias", afirma o soldado bombeiro Carlos Eduardo.
E lá vai mais um motoboy ferido para o hospital. Na rua, as marcas vão apagar logo.
Fonte: programa Globo Repórter (TV Globo), 16 de julho de 2010