"Este é o estudo mais importante já feito sobre poluição atmosférica. É uma demonstração mais convincente, a poluição pode estar no mesmo patamar de diabetes, hipertensão arterial e outras doenças", afirma o patologista Paulo Saldiva, coordenador do Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental da USP (Universidade de São Paulo).
No sentido contrário da pesquisa, ele diz que resultados preliminares de um estudo desenvolvido no instituto, ainda não divulgado, mostram que os poluentes emitidos pelos veículos na cidade de São Paulo diminuem em um ano a expectativa de vida dos paulistanos. "Podemos dizer que ocorrem 19 mortes por dia decorrentes da poluição. Constatamos na pesquisa que as perdas causadas por essas mortes chegam a R$ 1 bilhão por ano."
A concentração ideal, segundo Saldiva, não deve ultrapassar dez microgramas por metro cúbico, como preconiza a OMS (Organização Mundial da Saúde). A média paulistana gira em torno de 28, e, em horários de pico, o ar da marginal Tietê congestionada chega a concentrar 140. "O número de carros aumentou, e a velocidade da frota diminuiu. A marcha lenta faz com que o carro fique ligado por mais tempo no pior fluxo, que emite mais poluição."
Prevenção
Não é possível se poupar totalmente dos efeitos da poluição. Mas evitar os horários de pico, com maior concentração de poluentes, manter as janelas dos carros fechadas e usar rotas alternativas, com menor fluxo de veículos, ajuda.
Fonte: Folha de S. Paulo, 26 de janeiro de 2009