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Em um cenário futurista azul e branco, no coração de Tóquio, um Nissan Dualis avança silenciosamente sobre uma rampa. Movido a eletricidade, o veículo vem trocar sua bateria, uma operação realizada em menos de dois minutos com ajuda de um braço robotizado. Quando se está a bordo, sente-se uma leve sacudida, no momento da fixação sob o veículo. Feita a troca, o veículo parte novamente, sempre silencioso, descreve o jornal Le Monde.
Dotado de uma autonomia de 85 km, ele volta a oferecer seu serviço de táxi nas avenidas da capital japonesa. A primeira vista, esse táxi se parece com os 60 mil outros que rodam por Tóquio. Só a impossibilidade de se abrir automaticamente a porta traseira esquerda, como se faz tradicionalmente, desperta a curiosidade. Do lado de dentro também não há estranhamento: mesmos equipamentos, motorista de luvas brancas, de eficiência impecável. Até o preço da corrida permanece o mesmo. "É mais confortável de dirigir do que os modelos normais", explica um dos motoristas da empresa Nihon Kotsu.
Esses táxis estão em circulação graças à Better Place, um grupo israelense-americano criado em 2007 para "acabar com a dependência mundial do petróleo". A empresa instalou essa estação de troca de baterias no bairro de Roppongi, em parceria com o ministério da Indústria japonês, que financiou as obras. A operação mostra os esforços do Japão para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. "Em Tóquio, os táxis representam 2% dos carros em circulação, mas emitem 20% dos gases poluentes", explica Kiyotaka Fujii, presidente da Better Place para Ásia-Pacífico.
Dito isso, esses novos postos, com baterias de troca estocadas em um "porão" a 20 graus, apresentam um problema de custo, especialmente em Tóquio, onde o espaço é limitado e, portanto, caro. A Better Place reconhece que um de seus objetivos é manter seus preços "em um nível parecido com o dos postos clássicos".
Tanto que a empresa de táxis Hinomaru preferiu o sistema de terminais de recarga. Com a ajuda do governo, o grupo colocou em serviço, no dia 25 de março, dois táxis elétricos, no bairro comercial de Marunouchi. O grupo escolheu veículos Mitsubishi i-Miev, adquiridos em sistema de locação a longo prazo - 110 mil ienes (R$ 2.155) por mês a um preço total, incluindo o subsídio, de 3,9 milhões de ienes. "Esses carros são pequenos, custam duas vezes mais caro do que um táxi normal e a operação não é rentável", reconhece o presidente, Hiroyasu Tomita, "mas os clientes gostam".
Os veículos foram confiados a motoristas mulheres, que receberam treinamento especial. Segundo uma delas, "eles agradam muito a clientela feminina". Pintados de verde e branco, esses táxis percorrem os arredores do palácio imperial em um silêncio impressionante, e de forma suave.
A recarga se faz em um terminal instalado em uma garagem subterrânea. "São necessários 30 minutos para recarregar 80% da bateria, o que permite ao veículo rodar mais de 100 km", explica Tomita. Não se ocupa muito espaço: uma vaga de estacionamento é suficiente.
Tomita conta com um desenvolvimento dos terminais em um curto prazo. "Os donos de postos de gasolina, de restaurantes e de lojas de conveniência já começaram a instalar." Já há dezenas deles em Tóquio. Empresas estão testando modelos de recarga rápida.
O que garante a criação fácil de uma rede são argumentos convincentes para as autoridades. Serviços de táxis elétricos com terminais de recarga já existem nas províncias de Niigata, Ehime e Okayama. As montadoras acompanham: Nissan, Toyota e Mitsubishi estão desenvolvendo suas próprias redes.
Fonte: jornal Le Monde, 23 de junho de 2010

Categoria: Geral


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