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Lançado em novembro de 1991, ele só chegou de fato ao mercado no início do ano seguinte. Mas chegou muito bem, tanto que mereceu o título de carro mais moderno produzido no Brasil. Assim era o Fiat Tempra, modelo que preservava muito da versão italiana, mas que trazia a vantagem da suspensão independente nas quatro rodas - não oferecida pelo "irmão" europeu. A reportagem é da revista Autoesporte.
Frente inclinada, traseira alta, espelhos retrovisores destacados, vidros rentes à carroceria, pára-choques integrados e um desenho limpo, livre de vincos acentuados, que favorecia enormemente a aerodinâmica - além de resultar num visual arrojado e avançado para a época - eram alguns destaques desse novo sedã médio-grande da Fiat.
"O resultado é muito bom. As quatro portas estão perfeitamente integradas ao desenho, que permitiu um Cx (coeficiente aerodinâmico) de 0,32", dizia o teste de Autoesporte, realizado antes de o modelo passar a ser comercializado, que ressaltava ainda outros detalhes de seu estilo. "A grade é igual à de todos os outros Fiat, como identificação da marca, mas se fosse mais estilizada alcançaria o mesmo efeito. Um dos destaques são os limpadores que varrem uma área grande do pára-brisa, facilitando a visibilidade. Braço e palheta formam um conjunto único, todo carenado para ajudar no fluxo aerodinâmico, e projetado para uma manutenção mais barata: basta trocar os elementos de borracha."
O teste também observou outra grande qualidade do Tempra: o acesso ao interior, que foi classificado como o melhor entre todos os modelos nacionais. Já o espaço interno foi elogiado por garantir conforto para cinco pessoas, mesmo para as mais altas - inclusive no banco traseiro.
O novo carrão da Fiat tinha ainda outros predicados, como o amplo porta-malas, com capacidade para 424 litros de bagagem, que oferecia fácil acesso, já que a tampa descia até a altura do pára-choque. A nova transmissão de cinco marchas era outro trunfo, com engates suaves e precisos. O ajuste de altura do volante também foi elogiado, bem como o painel de instrumentos, mas o espaço limitado para a alavanca do freio de mão deixava a desejar.
No conjunto era um modelo e tanto, mas, por incrível que pareça, faltava "fôlego" ao novo Fiat, de acordo com o teste de Autoesporte feito na época. Apesar do moderno motor 2.0, com duplo comando de válvulas no cabeçote, de fluxo cruzado, e carburador de corpo duplo, o sedã oferecia apenas 99 cavalos de potência a 5.250 rpm e 16,4 mkgf de torque a 3 mil rpm. "Não condizem com essa arquitetura moderna." No teste de Autoesporte, o modelo atingiu 182,575 km/h de velocidade máxima e acelerou de 0 a 100 km/h em 11,4 segundos.
Daí em diante a Fiat foi modificando seu novo "filhote". Em setembro de 92 chegava o Tempra de duas portas, uma preferência do consumidor da época. Um grande salto de qualidade ocorreu em março de 93, quando a montadora lançou o Tempra 16V, o primeiro motor com quatro válvulas por cilindro em um modelo brasileiro.
Outra cartada da Fiat com o Tempra foi a chegada da versão Turbo, em abril de 94, já como modelo 95. Era um canhão: máxima de 220 km/h e 0 a 100 km/h em 8,2 segundos.
Um ano depois e o modelo ganhava retoques no desenho. Os faróis ficaram mais estreitos, enquanto as lanternas exibiam uma espécie de bolha que ressaltava as luzes de ré e das setas de direção. O interior também ganhou novos acertos, como o console redesenhado. Já em 98, o Tempra mudava para permanecer mais algum tempo no mercado. Com novas alterações no desenho - pára-choques e rádio integrado ao painel, por exemplo -, o sedã passava a ser oferecido apenas nas versões 8V e 16V. O potente motor turbo não estava mais disponível.
Com a chegada do novo Fiat Marea, em maio 1998, o Tempra não resistiu por muito tempo. O sedã inovador acabou saindo de linha em novembro do mesmo ano, com o total de 204.795 unidades comercializadas.
Fonte: revista Autoesporte, 11 de junho de 2010

Categoria: Mundo do Automóvel


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