Os valets mentem, assegurando que o carro será parado em estacionamentos. Veículos cujos motoristas contrataram o serviço por R$ 15 foram flagrados nas ruas Hermes, Almirante Protogenes e Padre Manuel da Nobrega, além de outras, no bairro Jardim. Em uma cachaçaria, cujo serviço de valet havia parado o Ford Fiesta da equipe do Diário na Rua Almirante Protogenes, o funcionário da empresa Gibeli disse que o veículo estava no estacionamento da empresa, no número 305 da Rua Marechal Hermes: "(Fica na) segunda quadra, à direita. Se passar ali você já vai ver". Como a demora para a entrega do carro chegava a dez minutos, ele explicou: "Está cheio de carro para manobrar". Imagens registradas por cinegrafistas e fotógrafos desmontam os argumentos. Nos 30 minutos em que a dupla de repórteres do jornal permaneceu na cachaçaria, o carro ficou todo o tempo estacionado na rua. Com o vidro do lado do motorista aberto. A segurança é garantida pelos olhos de três pessoas que ficam nos cruzamentos a serviço da empresa de valet.
O estacionamento mencionado pelo funcionário, de fato, existe. Mas os veículos deixam de ser colocados ali logo que a capacidade máxima, de 90 vagas, é atingida. O mesmo ocorreu em tradicional bar da Figueiras. Dupla de repórteres do jornal entregou a chave do Kia Soul e checou com o valet para onde o carro iria ser levado. A promessa - "para um estacionamento" - não foi cumprida. O veículo foi parado a 700 metros dali, em frente ao número 84 da Rua Hermes. Outros profissionais do Diário se aproximaram do carro, a pé, sem serem incomodados pelos "seguranças que estavam a poucos metros. Na penumbra, se quisessem, poderiam ter avariado o modelo sem nenhum contratempo.
Fonte: Diário do Grande ABC (SP), 27 de maio de 2011