Perigo
As pessoas começam a parar o carro na USP por volta das 7h. Algumas só retornam à noite, desafiando o perigo - no último dia 18, o estudante Felipe Ramos de Paiva foi morto por volta das 21h30 no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. Segundo a direção da USP, já houve registro de furto de carro perto da saída para a estação de trem.
O portão de pedestres da USP tem uma guarita mantida pela universidade. Há um funcionário lá. Mas não existe nenhum tipo de controle de quem passa por ali. A caminhada até o trem é curta, mas tem alguns obstáculos. Primeiro, um caminho cimentado por uma espécie de praça mal conservada. Depois, a faixa de pedestres sobre a alça de acesso à marginal Pinheiros. O trânsito, às vezes, é grande naquela área. E, por fim, a própria ponte Cidade Universitária. No fim da tarde, é fácil ver o movimento de pessoas entrando pelo portão de pedestres da USP. Elas andam alguns metros, tiram a chave do bolso, entram no carro. O modo de vestir - gravatas ou echarpes, por exemplo, em tarde fria - também denuncia que não se trata, apenas, de estudantes.
Fonte: Folha de S. Paulo, 29 de maio de 2011