"É muito cruel para a gente. Deveriam ter colocado uma coisa só por esquina. O que fizeram aqui foi para acabar com a rua."
Segundo ele, a situação da via, que tinha apenas vagas para carros, começou a mudar em janeiro. "Primeiro, veio a vaga de idoso, depois a de motos e, por fim, a da bicicleta.
Nove táxis se revezam nas três vagas disponíveis no ponto e, quando estão todas preenchidas, os motoristas param nas áreas de Zona Azul.
Outro exemplo é na rua Jacques Félix, na Vila Nova Conceição, também na zona sul. O morador Fernando Morgado reclama que o bicicletário instalado ali, uma rua de mão única, se tornou um perigo para carros e motoristas.
"Além disso, quem mora na rua não pode, por exemplo, fazer mudanças, porque não tem lugar para o caminhão parar.
Em outro ponto da zona sul, dessa vez na rua Leonardo Nardez, em Moema, a reclamação é que o bicicletário está na frente de um colégio. Pais que estacionavam ali para deixar os filhos agora param em fila dupla.
Motivos
Para o urbanista e professor da USP Cândido Malta, é necessário encontrar a convivência entres todos os usuários, mas não se pode pressupor que o espaço da rua seja usado só como estacionamento.
"Na rua temos de privilegiar aqueles que não têm outra opção. É assim que caminhamos para uma cidade mais civilizada."
Embora seja consenso que é preciso diminuir o número de carros nas vias, para o engenheiro e mestre em Transportes pela USP Sergio Ejzenberg só o transporte de massa seria uma solução efetiva.
A prefeitura disse, em nota, que a instalação dos bicicletários obedece a estudos prévios.
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo, 20 de setembro de 2012