Isso ocorre porque essas vias concentram os chamados macrodeslocamentos, que conectam diferentes regiões da metrópole.
A Radial Leste é a pior no período da manhã, e a marginal Tietê assume a liderança em todos os outros horários: das 10h à meia-noite.
A marginal está restrita para caminhões desde março deste ano, mas, como a Folha mostrou, a medida não conteve os grandes congestionamentos do corredor.
"Em breve, não haverá intervalos demarcados entre os picos de congestionamentos", avisa Luiz Célio Bottura, engenheiro e consultor em trânsito e transporte.
"Para o trânsito, dia de semana ou fim de semana será a mesma coisa."
Drinques e acidentes
O levantamento feito pela Folha analisou as 24 horas do dia. Na madrugada, o fluxo pode ser considerado baixo, por enquanto, sem grandes impactos no resultado.
O que chama a atenção é que o antigo "entrepico" - das 10h às 17h, quando não há nem rodízio nem restrição aos caminhões na marginal Tietê - está com congestionamentos tão ruins quanto os do pico da manhã (7h às 10h). Além disso, entre 20h e meia-noite, as marginais enfrentam lentidões quase tão ruins quanto as do pico da noite (17h às 20h).
Há duas explicações para esse trânsito tardio: no caso das restrições aos caminhões, esses veículos pesados tendem a circular mais após as 22h, quando estão liberados.
Durante a noite e a madrugada, trechos que não ficariam parados acabam sendo prejudicados por causa dos acidentes. "Na quinta começa o happy hour do pessoal de maior poder aquisitivo, mas na sexta e sábado é do pessoal mais simples. E cada acidente é um ponto de congestionamento", diz Bottura.
"Até as blitze da lei seca, que são necessárias, não podem ser descartadas como fatores de lentidão", diz ele.
Fonte: Folha de S. Paulo, 23 de setembro de 2012