No início da manhã e em alguns períodos da noite, portanto, é preciso rodar por cerca de quinze minutos até encontrar um lugar vazio. Foi o que a reportagem de Veja São Paulo constatou em visita na sexta-feira, dia 19, às 7h15 da manhã. Embora não estivesse lotado, o local operava no limite - contamos apenas 35 espaços disponíveis, bem afastados. Apressados, alguns motoristas deixavam o carro sobre calçadas e canteiros de grama. "Venho aqui, em média, uma vez por mês", disse o proprietário de uma caminhonete vermelha, parada em ponto proibido. "Não posso perder quase meia hora procurando vaga." Condenável, a prática não acarreta multa, pois se trata de um ambiente público administrado por uma empresa privada, a Maxipark.
Fiscalizado pela Polícia Militar, o tráfego nas plataformas de embarque e desembarque, por onde transitam diariamente mais de 70.000 passageiros, costuma ser igualmente caótico. "Muitas pessoas acham que é permitido ficar nesses trechos por até dois minutos se o motor continuar ligado", diz o sargento José Augusto Sartin, um dos responsáveis pela base local da PM. "Nossa missão é deixar essas áreas sempre livres."
Dezenas de motoristas, impedidos de aguardar ali, costumam esperar parentes ou conhecidos em vias também proibidas ao redor de Cumbica. A Infraero anunciou no ano passado a construção de um edifício no qual caberiam 4.000 carros. O prédio ajudaria a aliviar o problema, mas não saiu do papel - a estatal alega que ainda está preparando o projeto para a licitação e não divulga prazos. Pelo menos por enquanto, portanto, a única saída para quem precisa estacionar no terminal é sair de casa mais cedo. Ou recorrer às garagens vizinhas.
Fonte: Revista Veja São Paulo, 1º de dezembro de 2010